quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

PERDÃO: RESPONSABILIDADE E RENÚNCIA DO "DIREITO" DE USAR A OFENSA COMO "JUSTIFICATIVA" PARA OS NOSSOS FRACASSOS


Perdoar requer de nós que assumamos a responsabilidade por nossas decisões e atos, tal como a renúncia de usar a ofensa como uma “desculpa” ou “justificativa” para os nossos fracassos.

O apóstolo Paulo tinha a consciência de que as coisas velhas tinham de ficar para trás, uma vez que tomamos a decisão de estar em Cristo e de ser uma nova criatura (2 Coríntios 5:17), mas as coisas só são, de fato, “velhas” quando tomamos a decisão de assim tratá-las, renunciando-as, inclusive através do perdão.

Perdoar nos tira da posição de vítima e nos faz assumir a nossa responsabilidade pelas nossas decisões e erros.

Temos que nos dispor a sair da cadeira da vítima, o que é o mais difícil em todo o processo, e decidirmos ser sobreviventes e vencedores em relação a ofensa e não dizermos assim: “eu estou nessa situação por causa da ofensa contra mim cometida”, “se isso não tivesse acontecido comigo, eu seria uma pessoa feliz e realizada”, “fracassei, porque isso aconteceu comigo”.

Essas e outras “desculpas” são extremamente perigosas, impedindo-nos de perdoar e acabam funcionando como uma “justificativa” para que não enfrentemos a realidade de quem somos e das áreas que precisamos mudar, mantendo intacta a nossa justiça própria, o orgulho, a autocomiseração (sentimento de sentir pena de si mesmo), o perfeccionismo, os complexos de inferioridade.

A dificuldade de perdoar mostra traços claros de perfeccionismo e orgulho e de uma falsa piedade que diz: “você não sabe o quanto é duro viver o nível espiritual que tenho”.

A responsabilidade de viver uma vida feliz e plena no Senhor é nossa e precisamos assumi-la e não transferirmos para os outros as nossas responsabilidade e culpas (cf. SEAMANDS, David. A Cura das Memórias. São Paulo: Mundo Cristão, 2007, p. 131).

Pense nisso: em que questões de sua vida você sangra por dentro porque você se culpa pelo tempo perdido em razão de uma ofensa ou dívida emocional decorrente de uma pessoa que lhe feriu? Em que situações você usa as ofensas não perdoadas para justificar suas deformidades de caráter ou seus erros e fracassos?

[Excerto retirado, acrescido de reflexões e adaptado do texto de minha autoria: DE ESCRAVO A FILHO: REFLEXÕES NA EPÍSTOLA DE PAULO A FILEMOM CONCERNENTES AO PERDÃO E A GRAÇA ABUNDANTE DE DEUS NA RESTAURAÇÃO DO HOMEM, disponível em: http://rugidodaverdade.blogspot.com.br/2012/03/de-escravo-filho-reflexoes-na-epistola_24.html]

Pablo Luiz Rodrigues Ferreira
rugidodaverdade.blogspot.com.br
pablolrferreira@hotmail.com

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