quarta-feira, 24 de agosto de 2011

VENCEDORES SÃO HOMENS DE FIRME PROPÓSITO: reflexões em Isaías 26.



Isaías, dentro da cronologia bíblica dos profetas do Antigo Testamento, falou ao povo de Judá antes do cativeiro babilônico. Deus o chamou para o firme propósito de confrontar o povo de Judá em seus pecados, a sua atitude de desobediência e ajudá-lo a reconstruir sua vida com base nas promessas do Senhor (cf. Bíblia de Estudo Despertar. Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 2006, p. 759).
Isaías pregou para um povo rebelde e idólatra, que tinha se desviado do Senhor, não mais reconhecendo-O em seus caminhos, nem a Sua soberania em suas vidas  (Is 1).
O resultado do pecado e da desobediência: uma mentalidade reprovável e mundana, uma alma cheia de feridas e uma consciência sobrecarregada de fardos, uma vida arruinada por Satanás e sem muros de proteção contra suas investidas (Is 1:5-7).
Contudo, mesmo diante de circunstâncias tão difíceis, Deus chamou aquele povo de volta para si, chamou-o para o arrependimento e para a restauração. Assim como foi com o povo de Judá, Deus não muda e não deixou de nos conceder suas promessas nos dias de hoje, caso nos arrependamos. Deus nunca deixou de nos amar e está pronto a nos restaurar. O preço já foi conquistado na cruz com a morte de Jesus. Da nossa parte, Deus requer arrependimento. O mais Ele fará.
Voltando a nossa atenção para o capítulo 26 de Isaías, tem-se uma mensagem poderosa de restauração que o Senhor envia para todos aqueles que, arrependidos, tornam a buscá-lo.
A obra do Senhor, após o arrependimento e reconciliação com Ele, é conceder-nos a salvação na pessoa de Jesus, fortificando-nos na Palavra, que contém Suas verdades e grandiosas promessas para nós, de modo que possamos resistir às investidas de Satanás. “Deus lhe põe a salvação por muros e baluartes” (Is 26:1). 
 Fortificados na Palavra da Verdade, ganhamos a identidade do reino de Deus, o qual nos transforma em uma “nação justa, que guarda a fidelidade” (v.2). E essa justiça não vem de nós, mas de Deus que nos justifica pelo sacrifício de Jesus. Esta é a chamada doutrina da justificação pela fé (Rm 8).
A identidade do Reino, contudo, não é automática, mas provém de um processo de renovação da mente, o qual é resultado do mover do Espírito Santo, diante da atitude do ser humano. A matéria prima da renovação da mente é o firme propósito: “Tu, SENHOR, conservarás em perfeita paz aquele cujo propósito é firme; porque ele confia em ti” (v.3). Esta é a marca do vencedor em Cristo.
A propósito da renovação da mente, Russell Shedd nos traz alguns argumentos, comentando Isaías 26:3:
Os judeus traduzem aqui: “tu conservarás em paz perfeita a mente que se firma em ti, porque confia em ti”. A palavra “mente” ou “propósito”, heb [do hebraico] yeçer, desenvolve-se da raiz yaçar, “formar”, “moldar”, “imprimir diretrizes”. É a palavra chave da parábola do oleiro, Jr 18:1-18, que mostra que Deus tem o direito de moldar as nações e as pessoas, e que se essas não vivem à altura da sua vocação, Deus pode lançar mão de outra “matéria prima”, rejeitando aqueles que não souberam aceitar as promessas divinas. Se nossa personalidade e nossas diretrizes se voltam para Deus, temos a presente e eterna paz com Deus (Bíblia Shedd. São Paulo: Vida Nova, 1997, p. 1008).
O dicionário de Strong ainda explica que a palavra traduzida por “propósito” ou “mente”, pode também ser traduzida por “imaginação”, o que significa que Deus tem em vista renovar todas as faculdades mentais do ser humano em sua obra de santificação. Você me pergunta: até a imaginação? Sim, até a imaginação, já que o inimigo de nossas almas tem realizado um trabalho intenso de poluição da nossa mente com a pornografia e o erotismo, com desenhos animados, novelas, séries, revistas, sites da internet que distorcem os valores da família e da sexualidade. A imaginação, em síntese, é a faculdade de representar objetos pelo pensamento, a faculdade de inventar, criar, conceber, a faculdade que a mente tem de produzir imagens.
O inimigo, através dos meios de comunicação, deforma a nossa mente, não só através de informações distorcidas, mas também de imagens que degeneram a nossa criatividade e deixam a nossa mente presa ao prazer distorcido da carnalidade pecaminosa. Com a imaginação suja, acabamos não tendo acesso a visão das realidades celestiais e espirituais em nossa mente e não é a toa que a Bíblia afirma, em Hebreus 12:14-15, “segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor, atentando, diligentemente, por que ninguém seja faltoso, separando-se da graça de Deus; nem haja alguma raiz de amargura que, brotando, vos perturbe, e, por meio dela, muitos sejam contaminados”. A mente precisa ser santificada para que tenhamos acesso pleno a “mente de Cristo” que o Espírito Santo infunde em nós através de sua obra de testemunho da verdade (1 Co 2:14-16).
Outra barreira que impede a nossa mente de ser renova é persistirmos na raiz de amargura, ou seja, a falta de perdão, o ódio, o rancor, o ressentimento. A nossa imaginação fica presa em razão das imagens das lembranças dolorosas que nutrimos e não reprocessamos através do perdão, fazendo com que fiquemos reféns da reprodução constante da ofensa dentro de nós e ficamos impedidos de ver com os olhos do Espírito, acrescentando-se ao fato de que vamos sendo transformados à imagem e semelhança desses sentimentos negativos que nutrimos.
A solução é nos deixarmos moldar pelo propósito eterno do Senhor para nós e nos entregarmos à graça dAquele que estabeleceu todas as coisas segundo o conselho de Sua própria vontade (Ef 1:11). O Senhor é Deus que contempla propósitos. De nós mesmos, não temos força para mortificar o “menor” pecado que seja, mas Deus contempla o firme propósito de mudança. Aquele que está disposto de forma decisiva a mudar, abandonando os prazeres transitórios da carne e do mundo, será alvo da graça transformadora de Deus por meio do testemunho interno e eficaz do Espírito Santo. Temos de nos deixar tratar e reconhecer o senhorio de Deus em nossas vidas, permitindo que Ele nos molde conforme a Sua vontade, a fim de caminharmos em Suas diretrizes, Sua verdade e cumprirmos Seus planos para nós.
Temos que firmar um firme propósito de mudança e não ter o que a carta de Tiago chama de “ânimo dobre”, uma mente dividida entre as paixões da carne, sujeitando-nos a Deus completamente. A Bíblia na versão King James Atualizada (KJA) assim traduz o trecho de Tiago 4:7-10, mostrando com maior clareza a questão do ânimo dobre:
Portanto, sujeitai-vos a Deus. Resisti ao Diabo, e ele fugirá de vós! Achegai-vos a Deus, e ele acolherá a todos vós! Pecadores, limpai as vossas mãos, e vós que tendes a mente dividida pelas paixões, purificai o coração, entristecei-vos, arrependei e chorai. Abandonai o riso fácil e pranteai, trocai a vossa euforia pelo pesar. Humilhai-vos na presença do Senhor, e Ele vos exaltará! (grifo nosso). 
Não se pode avançar no Espírito e ao mesmo tempo querer ter uma mente sempre disposta a satisfazer os desejos imorais da carne. Temos que encarar essa realidade, muitas vezes presente em nós e não mais viver em esquemas de negação e fantasia.
A atitude e propósito de mudança movida por uma fé operosa nos conserva em “prefeita paz”.
A paz interior, resultado de uma alma que se entrega ao senhorio de Jesus, é um fruto do Espírito (Gl 5:22), é um componente do andar no Espírito. É a paz que o Senhor comunica a nós que nos capacita a vencer as obras e os desejos da carne.
E é na falta de paz que a carne milita contra o Espírito; a carne, diante da falta de paz interior, tenta nos levar um estado de paz e consolo falsos, os quais aprisionam a alma, ou seja, nossas vontades, sentimentos e desejos, tornando-nos alheios a vida de Deus no espírito. A carne tenta nos dar uma paz que dura pouco e vicia, sendo uma rebelião contra Deus e, assim, sempre produz culpa (cf. HILL, Craig. Seminário Veredas Antigas – Nível I. Pompéia: Universidade da Família, 2000, p. 17). 
Por meio de um firme propósito de mudança, recebemos do Espírito Santo, através dos meios de graça (leitura e meditação na Palavra de Deus, vida de oração, comunhão dos santos, etc.), a capacitação para vencer as obras da carne, tendo os pecados mortificados, gozando de paz interior, fruto da intimidade com Deus.
O firme propósito nos leva a confiar cada vez mais em Deus e esta confiança tem de ser “perpétua”, contínua (v.4), até porque o processo de renovação da mente é feito “de glória em glória”, ou seja, gradualmente, um passo de cada vez. Temos de depositar nossa fé e confiança em Deus uma vez que Ele é a “rocha eterna” que nos ampara, o lugar em que temos refúgio e segurança em nossas lutas. A confiança em Deus e em suas grandiosas promessas é que nos sustenta e nos leva a ter intimidade com Deus. Ele é um Deus pessoal e deseja ter relacionamento conosco, porque Ele nos ama.
 Um obstáculo ao firme propósito de transformação é o orgulho. O Dicionário Aurélio, assim, define o orgulho:
S. m. 1. Sentimento de dignidade pessoal; brio, altivez. 2. Conceito elevado ou exagerado de si próprio; amor-próprio demasiado; soberba. 3. Aquilo ou aquele(s) de que(m) se tem orgulho.
Temos que encarar a realidade de que o orgulho não nos faz avançar na vida cristã. Deus resiste aos orgulhosos e o resultado disso é que seremos pisados, abatidos e humilhados por esta postura e levados até o pó da terra, enquanto não nos arrependermos e aprendermos a depender de Deus (vv.5-6).
 O orgulho é um empecilho tão grande que, mesmo sendo conduzidos e ensinados na verdade e na graça de Deus, muitas vezes nos recusamos a ceder e admitir que estamos errados ou, em estando certos, não queremos e não aceitamos ser questionados. Estamos no meio da instrução do que é justo e correto e ainda nos recusamos a praticar o bem que Deus quer e atentar para Seus caminhos. Neste sentido, o versículo 10 nos coloca essa grande verdade:
Ainda que tenhas compaixão dos maus, mesmo assim eles não aprendem a fazer o que é certo. Mesmo aqui nesse país onde o povo é direito, eles continuam a fazer o que é mau e não se importam com a grandeza de Deus (Nova Tradução na Linguagem de Hoje – NTLH).
Imersos no orgulho, fazemos o que queremos, buscamos as nossas razões e nos autojustificamos, deixando de obedecer ao que Deus nos pede e ao que Ele ensina como caminho reto. Orgulho é perversidade e temos de quebrar essa cadeia de iniquidade. Do contrário, chamaremos para nós a disciplina do Senhor para as nossas vidas, a Sua ira e a vergonha cairá sobre nós, porque Ele é zeloso conosco e não tolera filhos que não se pareçam com Ele (v.11). É melhor obedecer do que sacrificar.
Para aqueles que querem nutrir o orgulho tudo é difícil, haverá um esforço sobrehumano para atingir os mesmos resultados daqueles que andam em humildade, se é que serão atingidos.
Por outro lado, “o caminho das pessoas direitas é fácil” (v.7-NTLH). Temos de nos deixar tratar pelo Senhor, porque é Ele quem endireita nossos caminhos, engolindo as nossas razões, pedindo perdão àqueles que machucamos com o orgulho, fazendo as restituições que se fizerem necessárias, humilhando-nos no reconhecimento da postura soberba e tomando as atitudes corretas segundo os padrões da Palavra, bem como confessando o pecado a fim de recebermos cura (Pv 18:13).
Só assim poderemos ser verdadeiros homens e mulheres de firme propósito e experimentar a paz de Deus, buscando ardentemente a presença do Senhor (v.8).  
Esta é outra marca do homem de firme propósito: a busca constante, ardente e diligente da presença de Deus (vv.8-9). Isto nos fala da necessidade de uma vida diária de relacionamento com Deus, com responsabilidade e, sobretudo, com gratidão e muito amor ao Senhor por tudo o que Ele tem feito, pelo Seu amor demonstrado na cruz do Calvário que nos abriu um caminho de livre acesso a Sua pessoa e o dom da vida eterna. Só assim aprenderemos a justiça de Deus e o Seu caráter, sendo semelhantes a Ele.
Sem amor pelo nada se faz por Ele. Sem amor, tudo é fardo e canseira.
O Senhor anseia pelo nosso amor por Ele e gosta das nossas mais puras afeições, quaisquer que sejam as circunstâncias. Deus quer ter conosco um relacionamento íntimo e amoroso, como de pai e filho. Note o que Ele diz em Jeremias 2:2-3:
Vai e clama aos ouvidos de Jerusalém: Assim diz o Senhor: Lembro-me de ti, da tua afeição quando eras jovem, e do teu amor quando noiva, e de como me seguias no deserto, numa terra em que não se semeia. Então, Israel era consagrado ao Senhor e era as primícias da sua colheita; (...) (Almeida Revista e Atualizada – ARA).
Esta busca de Deus sempre tem de levar em conta o reconhecimento do Seu caráter (v.8: “nome”) uma vez que o nosso alvo é sermos semelhantes a Ele, desejando os frutos do Espírito em nossa vida, enfim, a transformação do nosso caráter, a morte do nosso “eu” para que Deus opere através de nós.
A busca de Deus também tem de ser acompanhada da “memória” dos seus poderosos feitos (v.8). É sempre ter em mente o que Deus já fez por nós e que, assim como Ele operou no passado, no tempo devido, Ele fará novamente e renovará nossa mente e transformará nossa vida já que esse processo é gradual. A “memória” nos convoca a meditar na vida dos homens que a Bíblia relata e de como Deus trabalhou em suas vidas, transformando-as. Todo este reconhecimento da “memória” tem o objetivo de criar em nós o firme fundamento da fidelidade de Deus; Ele promete, opera o querer e o realizar e cumpre sua Palavra.
Um homem de firme propósito reconhece sua dependência de Deus e suplica para que Ele o capacite a andar nos Seus caminhos. Somente o Espírito Santo pode nos capacitar para viver uma vida de santidade e de boas obras e nos guiar dentro de Sua vontade, a qual é conhecida quando experimentamos a paz que Ele comunica no nosso íntimo (v.12).
 Outra marca do homem de firme propósito é a confissão sincera e arrependida do pecado, bem como o reconhecimento das suas graves consequências. Os israelitas, conforme a profecia de Isaías, haveriam de reconhecer que o domínio de forças estrangeiras eram resultado de sua desobediência a Deus e um dia se voltariam para Ele. Temos de reconhecer o que tem nos escravizado: sexo, álcool, drogas, orgulho, ira, rancor, confessando-as e deixando-as para que possamos experimentar a graça transformadora de Deus (v.13).
Não abandonar o pecado é colher morte, mas aquele que se arrepender será transformado e será frutífero e Deus será glorificado na vida dele, fazendo perecer seus inimigos, com a construção de um testemunho forte contra as portas do inferno, capaz de impactar vidas que se entregarão ao Senhor Jesus (vv. 14-15).
O homem de firme propósito reconhece que as circunstâncias difíceis de serem ultrapassadas são fonte de busca do Senhor. Muitas vezes, quando passamos por situações difíceis, por angústias, por desilusões, por perseguição, temos a tendência de achar que o Senhor nos abandonou e está nos castigando por algo que fizemos e que Ele deixou de nos fazer o bem. Dentro deste quadro, passamos a nos sentir rejeitados por Deus, o que é acentuado em pessoas que passam por histórico de rejeição familiar, depressão, complexos de inferioridade.
A grande verdade de Deus é que as circunstâncias difíceis são fontes de crescimento espiritual, de “correção” de nossos caminhos (v.16). A “correção” do Senhor não é algo que chega a nós somente porque fizemos algo extremamente pecaminoso. A correção de Deus tem o objetivo não só de fazer com que nos afastemos do mal, mas também de cultivar em nós as virtudes do caráter cristão.
É também a oportunidade de conhecermos ainda mais o caráter de Deus e de experimentarmos ainda mais intimidade com Deus, derramando nossas orações diante do Seu trono de misericórdia e graça. Nesta ocasião, só consigo pensar na exclamação de Jó, depois de ter passado por grandes angústias, inclusive com a perda da família, de seus bens e de sua saúde, reconhecendo sua ignorância diante de Deus:
Então, respondeu Jó ao Senhor: Bem sei que tudo podes, e nenhum dos teus planos pode ser frustrado. (...). Eu te conhecia só de ouvir, mas agora meus olhos te vêem. Por isso me abomino e me arrependo no pó e na cinza (Jó 42:1-6-ARA).
Após o reconhecimento de Jó e de seu arrependimento, o Senhor restaurou a sua sorte. Jó nunca recebeu todas as respostas e não entendeu o porquê de tudo que lhe aconteceu, mas sabia que podia confiar em Deus, tendo aberto seu coração para receber o que quer que o Senhor quisesse lhe conceder.
Os versículos 17 e 18 comparam o povo a uma mulher grávida, que gemeu, que sofreu dores de parto, mas que deu luz a vento. Essa passagem mostra que somos seres geradores de vida não só no natural, mas também no espiritual. O texto é o reconhecimento de que, muitas vezes, somos infrutíferos e geramos obras mortas em nossa vida. O homem de firme propósito, contudo, reconhece que não é perfeito e é sincero o suficiente para admitir seus erros e pecados, bem como o que não tem sido frutífero em sua vida. Que obras mortas temos praticado e das quais precisamos de arrependimento? Temos de nos fazer essa pergunta constantemente e nos arrepender.  
A outra face da moeda é que o homem de firme propósito busca gerar as boas obras no Espírito através da oração, gerar pessoas, trazendo libertação e multiplicação para o Reino de Deus, pregando a verdade da Palavra, entre outros.
O Senhor nos chama para um nível espiritual mais profundo e de mais intimidade com Ele, a fim de experimentarmos uma vida de “ressurreição”, uma vida em abundância na sua presença. Ele nos convoca a acordar do sono profundo e viver pelo Espírito: “despertai e exultai, os que habitais no pó, porque o teu orvalho, ó Deus, será como o orvalho de vida, e a terra dará à luz os seus mortos” (v.19).


Pablo Luiz Rodrigues Ferreira
rugidodaverdade.blogspot.com
pablolrferreira@hotmail.com

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