segunda-feira, 30 de maio de 2011

JUDAS ISCARIOTES, UM CRENTE APARENTE: PARA REFLETIR




Judas Iscariotes é um personagem extremamente intrigante dentro da narrativa dos Evangelhos. Universalmente conhecido como aquele que traiu Jesus após caminhar anos com Ele. Mas, uma particularidade me chamou atenção: os Evangelhos são unânimes em colocar em relevo que Jesus falou claramente que Judas era o traidor e os discípulos não entenderam, ou melhor, não acreditaram.
Um dos textos que evidencia esta assertiva é o capítulo 13, de João. Judas era um crente correto aos olhos dos demais discípulos, sendo, inclusive, o homem de confiança do grupo, afinal, era ele quem cuidava do dinheiro que era angariado a título de ofertas.
Contudo, por trás de uma aparência de santidade, estava um homem que secretamente tinha uma outra vida: roubava o dinheiro arrecadado (João 12:6), tinha o coração corrupto e desviado da verdade, sendo a Bíblia categórica em afirmar que satanás tomou conta do coração dele (João 13:27).
Uma aparência de santidade e um coração cheio de motivações ocultas e egoístas, não arrependido. Ele aceitou caminhar com Jesus, mas nunca se converteu, não adorou em Espírito e em verdade.
Foi parte integrante do ministério de Jesus, viu os milagres que o nosso Senhor operava, recebeu autoridade como discípulo de Jesus e operava sinais e maravilhas junto com os demais discípulos.
O seu coração estava mais interessado no que o ministério de Jesus poderia proporcionar de benefícios para ele, mas não no conhecimento verdadeiro da obra de salvação que resulta do arrependimento e do relacionamento de intimidade com Deus.
O exemplo de Judas nos mostra como alguém pode fazer parte de uma congregação religiosa, experimentar os milagres e o poder de Deus, até operar milagres através de suas mãos, mas viver uma vida dupla, sem nunca ter se convertido. E ainda dizem: “Ah! Eu aceitei Jesus ...”; “olha, eu oro, faço jejum, Deus me dá revelação, eu ministro nas pessoas e elas são curadas, eu falo e elas são libertas e transformadas”.
A nossa geração não vive mais pela fé e arrependimento, antes busca “entretenimento gospel”, “sentir” e se “arrepiar” com a presença de Deus, quer “sinais e milagres”, o “sobrenatural de Deus”. O crente, para ser considerado como “crentão” hoje, deve ser cheio do “sobrenatural”. Ter piedade e santidade somente é apenas um sinal de que ele só é mais um no meio da multidão.          
Nessas horas, lembro-me de um conhecido versículo da Bíblia. Jesus falou:
Nem todo aquele o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. Muitos, naquele dia, hão de dizer-me: Senhor, Senhor! Porventura, não temos nós profetizado em teu nome, e em teu nome não expelimos demônios, e em teu nome não fizemos muitos milagres? Então lhes direi explicitamente: nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, os que praticais a iniquidade” (Mateus 7:21-23).
Hoje, é muito comum se ver as pessoas dizendo que pastor Fulano de Tal é crente, porque ele é cheio do sobrenatural de Deus. A Bíblia nos adverte que a manifestação de sobrenatural, de sinais e maravilhas também é uma característica dos falsos mestres e profetas (Mateus 7:15).
Hoje também, muita gente se engana com números. Se a pessoa tem muitos discípulos ou está à frente de uma grande obra, deve ser porque ela é cheia de Deus. Nada mais falso também, porque muitas pessoas mantêm uma obra gigantesca, usando o nome do Senhor para satisfazer o seu próprio “eu” e receber o reconhecimento de homens.
Não se engane, meu irmão, não seja atraído por aqueles que se dizem cordeiros, mas na verdade são lobos, tem sobrenatural, mas não manifestam a essência de Jesus em suas virtudes e continuam na prática do pecado como estilo de vida, a iniquidade. Não se engane com os números, com a “multidão”, mas busque a qualidade da vida com Deus.
Confronte suas motivações à luz da Palavra de Deus: Por que eu frequento uma igreja? Eu quero Jesus ou eu quero o que Ele pode me dar?
Se após estas respostas, você descobrir que é um crente genuíno porque você quer ter relacionamento com Deus, então, agradeça a Deus pela oportunidade de servi-lO e gozar de Sua presença, sabendo que, se você está de pé, é unicamente pela obra dEle em sua vida e não porque você merece. A salvação é um ato da graça de Deus, que nos resgata e nos capacita para andar retamente, conduzindo-nos no caminho do amor do Pai.
Se não é um crente verdadeiro, arrependa-se e converta-se, ainda há tempo e Deus Pai está de braços abertos para lhe receber. O falso crente sempre é desmascarado, porque o Senhor tem compromisso com a sua Palavra e, por meio desta, tem compromisso com seus eleitos.
Acima de tudo, busque a presença de Deus e seja coberto por sua bondade, graça, amor, fidelidade, perdão, nutrindo sempre um coração agradecido diante do Senhor, porque isso O alegra.

Pablo Luiz R. Ferreira
30.05.2011
rugidodaverdade.blogspot.com

    

segunda-feira, 16 de maio de 2011

O CUIDADO COM AS PESSOAS: PARA REFLETIR



Hoje, as pessoas se esqueceram de um princípio básico na fé cristã, o de que para Deus se faz tudo com ordem, decência e responsabilidade pessoal. As pessoas não são nossos joguetes para as utilizarmos como queremos; se há pessoas, elas são preciosas e temos de tratá-las com responsabilidade e hombridade na Casa de Deus. Não se cuida de vidas de qualquer jeito, mas com amor, testemunho, alicerce e profunda fundamentação na Palavra do Senhor.

A palavra de Deus anda esquecida nos meios evangélicos; é preciso restaurar o temor do Senhor dentro de nós, não só levando uma vida reta diante de Deus, mas também sendo conhecedores da Palavra para que nossos conselhos não sejam “achismo” na vida das pessoas.

Vejo que a seguinte passagem de 1 Timóteo 3:1-7 tem sido drasticamente esquecida:

I Timóteo 3:1 Fiel é a palavra: se alguém aspira ao episcopado, excelente obra almeja.
I Timóteo 3:2 É necessário, portanto, que o bispo seja irrepreensível, esposo de uma só mulher, temperante, sóbrio, modesto, hospitaleiro, apto para ensinar;
I Timóteo 3:3 não dado ao vinho, não violento, porém cordato, inimigo de contendas, não avarento;
I Timóteo 3:4 e que governe bem a própria casa, criando os filhos sob disciplina, com todo o respeito
I Timóteo 3:5 (pois, se alguém não sabe governar a própria casa, como cuidará da igreja de Deus?);
I Timóteo 3:6 não seja neófito, para não suceder que se ensoberbeça e incorra na condenação do diabo.
I Timóteo 3:7 Pelo contrário, é necessário que ele tenha bom testemunho dos de fora, a fim de não cair no opróbrio e no laço do diabo.

Essas são as qualificações dos ministros de Deus; infelizmente as igrejas atualmente desprezam o mandamento do Senhor e colocam qualquer novo convertido (“neófito”) ou mesmo imaturo, despreparado para guiar uma ovelha.

Ninguém se engane: um cego não guia outro cego, senão caem os dois no precipício e aí se repete mais uma história de um frustrado com a “igreja”.

Com certeza, o texto enfocado fala dos ministros de Deus e, com certeza, todos nós, independentemente de sermos líderes ou não, temos de viver e pregar o Evangelho de Cristo.

Com o texto enfocado, apenas retiro um princípio, qual seja o de que quem quer cuidar, acompanhar, orientar, dar direções, exercer a liderança na vida de uma pessoa, de forma alguma pode ser neófito ou imaturo, tanto que grifo a palavra “neófito”.

Penso que um líder de célula, por exemplo, não precisa ter todas as qualificações do ministro de Deus, o que, aliás, até seria o ideal, mas não pode ser um neófito, até porque liderança sem maturidade e experiência com Deus e com a Palavra pode levar ao que está em I Tm 3:6, o texto grifado: “não seja neófito, para não suceder que se ensoberbeça e incorra na condenação do diabo”.

Conheço pessoas que são líderes de célula e não leram a Bíblia sequer uma vez toda e não é só ler a Bíblia toda, tem de ter base sólida; a Palavra da célula pode até ser evangelística, mas tem de ser dada com instrução.

Repiso, não quero aplicar o texto citado para líderes de célula e discipuladores, mas um princípio básico é o da maturidade, em oposição ao termo "neófito".

Também conheço discipuladores no mesmo nível, qual seja de pessoas não experimentadas na vida cristã, não curadas e sem alicerce nas Escrituras, cuidando e exercendo liderança sobre as "novas ovelhas" que chegam. A mazela é generalizada, observável em muitas igrejas em que a figura de liderança é descentralizada.  

O traço marcante da maturidade é a responsabilidade e precisamos fazer essa checagem nas pessoas para resguardar outras vidas, ou seja, como diz o Apóstolo Pedro, temos de ser sóbrios e vigilantes, até porque Deus vai nos pedir contas de quem estamos legitimando para fazer a obra, seja de célula, seja de discipulado, seja de ministério, etc.

Sabe, precisamos ser mais criteriosos nesse processo de legitimação de líderes e integrantes de ministério.

Engraçado, uma vez uma irmã da igreja que congrego me disse uma coisa curiosa, a de que em todos os lugares se pede referências acerca das pessoas, mas na igreja, não.

As coisas de Deus são sérias e Ele haverá de pedir contas de todas elas.

Reflita, porque hoje vivemos em tempo de muita confusão.

Pablo Ferreira
16.05.2011,
acrescido e reformulado em 26.05.2011







sábado, 7 de maio de 2011

VIVER POR INTERMÉDIO DE CRISTO: REFLEXÕES EM 1 JOÃO 4:7-21


        
Viver por intermédio de Cristo é o chamado com que Deus nos oferece a abertura das portas para a vida eterna.
Nosso Deus é um Deus pessoal. Ele se relaciona com o ser humano e podemos nos relacionar com Ele. E mais do que isso Ele deseja se relacionar conosco e pagou o preço na cruz do Calvário para que pudéssemos ter livre acesso a sua pessoa.
Por causa do pecado, tivemos o nosso relacionamento com Deus rompido. O pecado, a única coisa que pode nos separar de Deus, contudo, graças ao sacrifício de Jesus, fomos reconciliados com Deus e passamos da morte para a vida eterna.
Por causa do sangue de Jesus somos feitos filhos de Deus, cabendo a nós nos arrependermos dos nossos pecados, confessando-os e abandonando-os, reconhecendo Cristo como nosso único e suficiente Salvador e Senhor, vivendo por meio dEle e para Ele.
O desejo de Deus é que, tal como o amado apóstolo João, possamos ter um relacionamento de intimidade com Ele, dizendo a respeito dEle: “O que era desde o princípio, o que ouvimos, o que vimos com nossos próprios olhos, o que contemplamos e as nossas mãos apalparam a respeito da Palavra da Vida” (1 João 1:1 – versão King James Atualizada em português - KJA).
Concentrando-nos no texto de 1 Jo 4:7-21, podemos extrair as seguintes verdades do que significa viver por intermédio de Cristo:
1-    É conhecer a Deus: não uma mera informação intelectual ou acúmulo de Doutrina, mas ter experiência concreta com o amor de Deus na pessoa do Senhor de Jesus (vv. 8, 12);
2-    É amar como Jesus amou: um amor doador e sacrificial (vv. 9, 10), fraternal (vv. 11, 12), um amor que permanece como fruto (v. 16, segunda parte);
3-    É ter a plena confiança, pelo testemunho do Espírito Santo, da profundidade da obra redentora de Jesus (v. 10), do nosso novo nascimento e da condição de nova criatura (v. 7: “nascido e conhece a Deus”), do amor com o qual Deus nos acolheu. Isto nos levará a ter identidade em Deus, lançando fora todo o medo e ter a segurança no Dia do Juízo (v. 17). Temos de pedir a convicção do Espírito Santo (v. 13) para afastar toda a forma de medo e vergonha que esteja atuando em nós na forma de mentiras de Satanás. Só assim poderemos confessar Jesus como Salvador, gozando de identidade nEle (v. 15). O sentido de confessar, no original grego, é compromisso de lealdade absoluta e testemunhar com palavras e atitudes (cf. Novo Testamento King James: edição de estudo, p. 576).
4-    É viver em constante aperfeiçoamento no amor de Deus, o que necessariamente implica no aperfeiçoamento do caráter cristão (vv. 12; 17: “assim como ele é, nós semelhantemente somos nesse mundo” – KJA).
5-    É uma vida liberta do medo, da punição eterna, inclusive da rejeição (v. 18), do rancor, do ressentimento, das mentiras do mundo e de Satanás (v. 20);
6-    É viver uma vida de obediência aos mandamentos de Cristo, os quais nos conduzem a realidade do amor de Deus;
7-    É viver uma vida em que conhecemos o Pai como Ele é (“vimos”) e anunciarmos o que dEle procede: a salvação (1 João 1:1-3).
8-    É ter consciência de que tudo o que nos separa do nosso próximo e dos irmãos, separa-nos de Deus (v. 20). E, se não andamos na prática do perdão, somos mentirosos.
9-    É uma vida em que o Espírito Santo é concedido a nós, com o brotar de frutos e dons do Espírito, anulando as obras da carne pecaminosa e corrompida (v. 13).
 Para todos aqueles que são conscientes dessa realidade, inclusive a de que somos filhos de Deus e seremos semelhantes a Ele, a Bíblia diz: “e todo o que tem essa plena confiança purifica a si mesmo, assim como Ele é puro” (1 Jo 3:3 - KJA).
“E o testemunho é este: que Deus nos concedeu a vida eterna, e esta vida está em seu Filho! Quem tem o Filho, tem a vida; quem não tem o Filho de Deus, não tem a vida” (1 João 5:11-12 - KJA).
         Um incentivo àqueles que querem um relacionamento de verdade com Deus, rogando em oração: “E esta é a segurança que temos para com Ele: que se lhe fizermos qualquer pedido, de acordo com a vontade de Deus, temos a certeza de que ele nos dá atenção. E, se estamos certos de que Ele dá atenção a tudo quanto lhe rogamos, estamos convictos de que receberemos os pedidos que temos feito” (1 João 5:14-15). Peça salvação e Deus gratuitamente a concederá.


Pablo Luiz R. Ferreira
Elaborado em 21.04.2009;
Digitado, corrigido, compilado e acrescido em 19.05.2009.  

A RESTAURAÇÃO DA IDENTIDADE DO FILHO: BREVES CONSIDERAÇÕES ACERCA DA PARÁBOLA DO FILHO PRÓDIGO




A RESTAURAÇÃO DA IDENTIDADE DO FILHO: BREVES CONSIDERAÇÕES ACERCA DA PARÁBOLA DO FILHO PRÓDIGO


Em Lucas 15, encontra-se, sem dúvida, uma das parábolas mais conhecidas de Jesus: a Parábola do Filho Pródigo. Longe de examinar a palavra exaustivamente, o presente texto tem a pretensão de tão somente pontuar algumas lições.
No contexto da parábola, Jesus falava a uma plateia de pecadores e publicanos, sendo estes últimos cobradores de impostos a serviço do império romano e conhecidos como corruptos, cobrando mais do que o devido. Junto a eles estavam os representantes da elite da religião judaica, os escribas e fariseus, os quais reclamavam da atitude de Jesus de receber tão livremente pessoas que, para os padrões da época, eram consideradas os piores pecadores (Lc 15:1-2). O formalismo e o legalismo chegaram a um nível tão alto que as tradições dos rabinos totalizavam mais 600 mandamentos no tempo de Jesus (cf. MACARTHUR Jr., John. Chaves para o crescimento espiritual. 5 ed. São José dos Campos: Fiel, 2001, p. 95).
Para confrontar o sistema de formalismo religioso e a cegueira espiritual dos escribas e fariseus, Jesus conta três parábolas em Lucas 15, quais sejam a parábola da ovelha perdida (vv. 3-7), a parábola da dracma perdida (vv. 8-10) e a parábola do filho pródigo (vv. 11-32). Ambas as histórias têm o mesmo foco, qual seja o de mostrar a graça abundante e o perdão de Deus e a alegria dos céus em receber os pecadores arrependidos outrora perdidos.
O judaísmo dos tempos de Jesus não trabalhava bem com a ideia da graça abundante de Deus. Um pecador que quisesse voltar aos caminhos do Senhor tinha de se submeter a uma dura disciplina religiosa. O pecador não era recebido livremente, mas tinha de passar pelos rituais religiosos do judaísmo e provar que de fato deveria merecer o perdão de Deus, acrescentando-se o fato de que havia muita discriminação em relação a alguns tipos de pecadores [alguma diferença nos dias de hoje?].
Passemos, então, ao texto da parábola:


Continuou: Certo homem tinha dois filhos; o mais moço deles disse ao pai: Pai, dá-me a parte dos bens que me cabe. E ele lhes repartiu os haveres” (Lucas 15:11-12).


Neste contexto, o filho mais novo pede ao seu pai a sua parte na herança. A primeira coisa que se pode observar é que a palavra original do grego que o filho usa para pedir a sua herança não é a comumente usada para tal, ou seja, referente aos bens imóveis. O filho pródigo pediu, em verdade, para que o pai vendesse a sua parte na herança e em troca lhe desse dinheiro e não terras. Isso tinha uma razão muito simples: se o filho recebesse sua herança em imóveis teria de cultivá-los e, portanto, ficaria preso ao sistema rural daquela sociedade, e mais, ficaria ainda sob a autoridade de seu pai, uma vez que, somente quando o pai morresse, é que definitivamente a propriedade seria transferida; em vida, as propriedades eram do pai, os filhos ficavam apenas como usufrutuários, isto é, tinham a posse, o direito de usar a propriedade, de gozar dos frutos da terra, mas não poderiam dispor da mesma, vendendo-a, por exemplo, além do fato de que o filho pródigo estaria sob a autoridade do pai e teria de lhe prestar contas. A palavra grega para herança neste contexto é “bios”, ou seja, a palavra grega que significa “vida”. O pai deu ao filho sua vida inteira, sua herança e tudo o que a família tinha acumulado durante as gerações antecedentes.
Entretanto, os planos do filho pródigo eram diferentes, ele queria sair da autoridade do pai e sair do sistema agrário em que vivia, morar longe sem ter a quem prestar contas. Como todo jovem, queria “curtição”:


Passados não muitos dias, o filho mais moço, ajuntando tudo o que era seu, partiu para uma terra distante e lá dissipou todos os seus bens, vivendo dissolutamente” (Lucas 15:13).


Esse é um claro retrato do gênero humano: a separação de Deus e a vida de rebelião e desobediência. Queremos viver de acordo com as nossas próprias razões e convicções e não de acordo com o padrão que Deus nos propõe e, vivendo essa “liberdade”, em verdade, não conseguimos nada além de trazer sobre nós a ruína e a miséria do pecado, dando oportunidade para que o inimigo de nossas almas nos roube, destrua ou mate. Foi exatamente o que aconteceu com o filho pródigo, viveu dissolutamente e colheu a miséria e o vazio do pecado:


Depois de ter consumido tudo, sobreveio àquele país uma grande fome, e ele começou a passar necessidade. Então, ele foi e se agregou a um dos cidadãos daquela terra, e este o mandou para os seus campos a guardar porcos. Ali, desejava ele fartar-se das alfarrobas que os porcos comiam; mas ninguém lhe dava nada” (Lucas 15:14-16).


O “fundo do poço” chegou na vida do filho pródigo, até os porcos tinham uma sorte melhor que a dele, pois tinham o que comer. Na miséria, fruto de sua desobediência, o filho lembrou do bom caráter de seu pai:


Então, caindo em si, disse: Quantos trabalhadores de meu pai têm pão com fartura, e eu aqui morro de fome! Levantar-me-ei, e irei ter com o meu pai, e lhe direi: Pai, pequei contra o céu e diante de ti; já não sou digno de ser chamado teu filho; trata-me como um dos teus trabalhadores” (Lucas 15:17-19).


Assim como o filho pródigo, um dia chegamos a conclusão de que a nossa vida não valeu a pena sem cuidado amoroso de Deus e, então, planejamos o “caminho de volta para casa”, o caminho do arrependimento e da confissão de pecados, esperando que, apesar da nossa indignidade e das marcas da vergonha da desobediência do pecado, Deus de alguma forma nos receba e nos restaure. Mas note, o filho pródigo não voltou para o pai sem antes esgotar todos os seus próprios meios de solucionar os seus problemas, qual seja de arranjar um emprego para se sustentar, já que esperou muito para ter a tão sonhada “liberdade” em relação a autoridade do pai, o que demonstra claramente o retrato da justiça própria humana; sempre tentamos administrar as circunstâncias da nossa vida sozinhos e só recorremos e consultamos a Deus quando tudo falha; fazemos uma série de maquinações para evitar o arrependimento e a confissão dos pecados.
O filho pródigo sabia que tinha não só desonrado seu pai, como também transgredido a lei de Deus. Honrar pai e mãe é o quinto mandamento. Para aquela época, pedir a antecipação da herança para o pai equivalia a dizer: “Pai, queria que você estivesse morto, você está atrapalhando meus planos. Você é uma barreira. Eu quero a minha liberdade. Eu quero a minha realização pessoal. E quero deixar essa família agora. Tenho outros planos que não incluem você, esta família, esta propriedade e nem mesmo esta cidade. Eu não quero me relacionar com nenhum de vocês. Dê-me a minha herança agora porque vou embora daqui” (MACARTHUR, John. A parábola do filho pródigo. Rio de Janeiro: Thomas Nelson Brasil, 2009, p. 63).
O pecado do filho pródigo merecia a morte, segundo a lei de Moisés (Deuteronômio 21:18-21), a qual prevê a morte por apedrejamento para os filhos incorrigíveis. Aliás, naquela época era comum fazer um funeral para o filho vivo que saísse daquela forma de casa.
O filho pródigo queria voltar agora para casa, mas sabia que, de acordo com as tradições legalistas da época, sua convivência familiar nunca voltaria a ser como antes. Sabia que não tinha mais direito a qualquer herança e que teria de trabalhar duro para merecer o pão de cada dia, isso se seu pai o quisesse de volta em casa. Ele não tinha alternativa senão a de confiar na misericórdia e na bondade de seu pai para admiti-lo ao menos como empregado.


E, levantando-se, foi para seu pai. Vinha ele ainda longe, quando seu pai o avistou, e, compadecido dele, correndo, o abraçou, e beijou. E o filho lhe disse: Pai, pequei contra o céu e diante de ti; já não sou digno de ser chamado teu filho. O pai, porém, disse aos seus servos: Trazei depressa a melhor roupa, vesti-o, ponde-lhe um anel no dedo e sandálias nos pés; trazei também e matai o novilho cevado. Comamos e regozijemo-nos, porque este meu filho estava morto e reviveu, estava perdido e foi achado. E começaram a regozijar-se” (Lucas 15:20-24).


A história agora passa por uma grande reviravolta, depois destas palavras de Jesus, os escribas e fariseus devem ter “surtado”; a essas alturas devem ter pensado: “como assim, ele perdoou e restabeleceu os privilégios do filho mais novo sem qualquer punição ou condição?”. É, foi exatamente isso que aconteceu. O perdão do pai escandalizou a “justiça” dos fariseus já que, de acordo com a perspectiva deles, o filho deveria no mínimo ser exposto ao escárnio público pelo que fez. É com o perdão e aceitação incondicionais que Deus nos trata quando nos arrependemos. Não precisamos provar a Deus que merecemos o seu perdão e, aliás, nada do que façamos pode comprar qualquer benefício de Deus em nosso favor. Tudo que ganhamos de Deus é fruto de sua graça, de um favor imerecido. Hoje, em tempos de ativismo religioso, muitas pessoas são levadas a achar que pelo fato de estarem em algum ministério, obra, evangelizando pessoas, tendo uma “multidão de discípulos”, estão em um nível mais elevado do que os outros irmãos que não desempenham tais “funções” ou acham que merecem mais bênçãos do que os outros. A graça de Deus nos alcançou igualmente e incondicionalmente. Nosso relacionamento com Deus não é medido por obras de nossa parte, mas pelo amor incondicional que Deus destina a nós, pobres humanos decaídos pelo pecado. O nosso maior privilégio é o fato de que Deus nos ama e de que nos trata segundo a sua graça abundante. Deus somente requer de nós arrependimento de nossos pecados e uma vontade de segui-lo até o fim de nossos dias, amando-o e também ao nosso próximo. O resto ele fará e fará com excelência.
Como disse acima, o perdão do pai escandalizou a “justiça” dos fariseus, porém esta não foi a única coisa escandalosa que o pai fez. Ele também correu atrás do filho mais novo. Para aquela cultura, correr atrás do filho só agravava a vergonha do pai. Nobres não corriam. Correr era para os servos e para as criancinhas. Adultos não corriam, principalmente homens de dignidade e respeito. Por esse motivo, muitos tradutores da Bíblia em árabe usavam outras expressões no lugar de “correr”, tais como “ele se apressou” ou “ele se apresentou” e, somente em 1960, com o advento da Bíblia árabe Bustani-Van Dick, o pai aparece correndo. O pai era identificado com Deus e era vergonhoso demais atribuir a palavra “correr” para uma pessoa que simbolizava Deus (cf. MACARTHUR, John. A parábola do filho pródigo. Rio de Janeiro: Thomas Nelson Brasil, 2009, p. 132). Esta é uma figura de Cristo que toma a iniciativa na salvação; Ele nos amou primeiro e não mede esforços para nos resgatar, chegando até o ponto da morte de cruz, suportando a desonra e a vergonha que merecíamos.
O pai estava ansioso para perdoar e, assim, Deus nos espera para que tenhamos relacionamento com Ele. O pai estava “cheio de compaixão”; a palavra grega guarda um significado ainda mais profundo, conotando uma sensação visceral, ou seja, uma emoção tão forte que fez seu estômago se revirar (cf. MACARTHUR, John. A parábola do filho pródigo. Rio de Janeiro: Thomas Nelson Brasil, 2009, p. 133).
O pai renunciou a toda a forma de punição e castigo, suportou a vergonha e a desonra, renunciou ao orgulho ferido, aceitando seu filho de volta. O pai ofereceu sua aceitação plena, amizade, amor, perdão, restauração e total reconciliação, sem qualquer obra por parte do filho. Jesus queria mostrar o quanto os fariseus tinham uma imagem deformada de Deus em seus corações, um deus legalista, iníquo, inflexível e vingativo. Embora não seja o foco principal da parábola, Jesus queria mostrar que a salvação e a justificação do homem diante de Deus não eram por obras, isto é, ninguém precisa fazer algo para merecer o perdão de Deus.
O pai do filho pródigo não só o perdoou, mas lhe restituiu os privilégios. A condição de filho foi restituída. Os calçados simbolizavam isso, uma vez que andar descalço era para os escravos e empregados; somente os patrões andavam calçados, mostrando mais uma vez que a aceitação do pai foi completa. Assim também Deus faz conosco.
O pai também mandou trazer a melhor roupa para o filho, a roupa reservada para as grandes ocasiões, a expressão grega literalmente significa “roupa de primeira”. Espiritualmente, esta roupa significa a “veste de louvor em vez de espírito angustiado” (Isaías 61:3). É o dom da honra sendo restituído e cobrindo toda a vergonha causada pelo pecado e a desobediência, uma obra que o Espírito Santo produz em nós e que Deus pai com muito carinho providencia.
Por fim, o pai deu um anel ao filho, o qual era um sinete que tinha a insígnia da família, o qual servia para dar autenticação legal. Aqui é o dom da autoridade sendo restituído (cf. MACARTHUR, John. A parábola do filho pródigo. Rio de Janeiro: Thomas Nelson Brasil, 2009, p. 146-148). Espiritualmente, o anel significa que somos declarados como autênticos, legítimos em autoridade, selados com o Espírito Santo, como fala o apóstolo Paulo: “(...) fostes selados com o Espírito Santo da promessa; o qual é o penhor da vossa herança, até ao resgate da sua propriedade, em louvor da sua glória” (Efésios 1:13-14). O anel é um selo com o qual se marcava documentos importantes, dando-lhes autenticidade, veracidade, segurança e autoridade e é assim que o Espírito Santo nos sela. “O Espírito de Deus mesmo vem morar no crente, em grande parte para assegurar e preservar sua salvação eterna. O selo de que fala Paulo se refere a uma marca oficial de identificação que se colocava em cartas, contratos e outros documentos importantes. Assim o documento ficava sob a autoridade autentica e oficial da pessoa cuja marca ficava impressa no selo. Há quatro verdades primordiais que se estabelecem por meio de um selo: 1) segurança; 2) autenticidade; 3) propriedade e 4) autoridade. O Espírito Santo é dado por Deus como seu juramento da herança futura do crente na glória” (MACARTHUR, John. La Biblia de Estudio Maccarthur. Grand Rapids: Editorial Porta Voz, 2004, p. 1655). Essa é a obra que Deus faz conosco ao nos reconciliarmos com Ele.
A alegria no céu quando um pecador se arrepende é ilustrada pela celebração que o pai fez, além da matança do novilho gordo, que representa o sacrifício de Cristo pelos nossos pecados.
A história agora passa por uma nova reviravolta:


Ora, o filho mais velho estivera no campo; e, quando voltava, ao aproximar-se da casa, ouviu a música e as danças. Chamou um dos criados e perguntou-lhe que era aquilo. E ele informou: Veio teu irmão, e teu pai mandou matar o novilho cevado, porque o recuperou com saúde. Ele se indignou e não queria entrar; saindo, porém, o pai, procurava conciliá-lo. Mas ele respondeu a seu pai: Há tantos anos que te sirvo sem jamais transgredir uma ordem tua, e nunca me deste um cabrito sequer para alegrar-me com os meus amigos; vindo, porém, esse teu filho, que desperdiçou os teus bens com meretrizes, tu mandaste matar para ele o novilho cevado. Então, lhe respondeu o pai: Meu filho, tu sempre estás comigo; tudo o que é meu é teu. Entretanto, era preciso que nos regozijássemos e nos alegrássemos, porque esse teu irmão estava morto e reviveu, estava perdido e foi achado” (Lucas 15:25-32).


Agora, o filho mais velho entra em cena e não gosta nada da situação com a qual se deparou. O filho mais novo, o qual tinha dilapidado toda a sua herança e desonrado gravemente o seu pai, agora estava sendo agraciado com uma festa em comemoração pela sua volta e sendo alvo com toda a espécie de honra. O filho mais velho agora estava ressentido com a atitude do pai. O filho mais velho simboliza a casta religiosa de escribas e fariseus. É o próprio espírito de religiosidade, incapaz de sentir a alegria pelo fato do irmão ter se salvado, clamando pelo castigo ao invés da aceitação e perdão incondicionais que o pai poderia destinar ao filho mais novo. E quantas vezes não somos como o filho mais velho? Estamos dentro da casa do Pai, cumprimentamos nossos irmãos, mas não gostamos do que o nosso Pai gosta, não aprendemos a agir como Ele age e não tentamos trilhar o caminho sobremodo excelente do amor, não aprendemos a renunciar aos nossos direitos e razões para viver uma vida mais junto dEle. Ficamos na “justiça legal” e nos ritos religiosos, até choramos nos cultos, mas lá dentro do nosso coração, onde ninguém pode ver, nutrimos um coração mau, cheio de ingratidão, reclamando, murmurando de tudo. O mínimo que se esperava do filho mais velho era que fosse grato por ter desfrutado da companhia do pai durante anos e de ter consigo a alegria de saber que seu irmão voltou salvo, escapou da morte e da desgraça e agora poderia desfrutar de um novo começo em sua vida. A companhia com pai deveria ter lhe possibilitado ser bondoso como seu pai o era.
O filho mais velho era tão rebelde quanto o mais novo foi no começo, porém seus sentimentos ficaram ocultos e a sua rebeldia camuflada. O filho mais velho chegou até mesmo a insinuar que merecia mais do que o mais novo por ter trabalhado muito e ter sido obediente as suas ordens. Este é um detalhe importante: muitas vezes, pensamos que religiosidade é somente a do cara que sabe tudo de Bíblia e é muito julgador e legalista, mas o texto lança uma luz sobre outro tipo de religiosidade, qual seja a do ativismo religioso: é o fazer desenfreado de obras e eventos para a igreja sem a motivação de realmente agradar a Deus. A pessoa acaba se tornando “um fazer humano” com a motivação de preencher suas necessidades de autoafirmação, agindo na cegueira espiritual, pensando que tem algum “mérito” diante de Deus pelo que faz e que é até mais importante do que outras pessoas pelo que faz. Enfim, toda a obra realizada é feita como fruto de orgulho espiritual. A palavra grega usada pelo filho mais velho é “doulos”, ou seja, escravo, ele literalmente diz que trabalhou como um escravo para o pai, o que mostra a verdadeira face da religiosidade, qual seja a escravidão espiritual.
Analisando o texto da parábola, vemos que Jesus se utiliza de duas palavras gregas diferentes para filho: “huios” e “teknon”. A primeira forma é a palavra formal para filho, o filho maduro com todos os privilégios. A segunda forma é a do filho imaturo. Em Lucas 15:31, Jesus usa a palavra “teknon” para o filho mais velho, o qual é representativo dos fariseus. Infelizmente, é assim que somos quando nós estamos presos pela religiosidade, seja ela na forma do legalismo, seja na forma do ativismo religioso, imaturos espiritualmente, escravos de rituais, de cultos, de mostrar nosso valor através de obras e serviços, escravos do orgulho, escravos da lei, escravos de pessoas, sem uma identidade própria no Reino de Deus.
Deus quer que cheguemos ao patamar do filho maduro, com todos os privilégios de um relacionamento com Ele. Romanos 8:19, assim diz: “A ardente expectativa da criação aguarda a revelação dos filhos de Deus”. Aqui a palavra é “huios” para filho, pois somente filhos maduros, com os frutos do Espírito Santo, com uma identidade forte no Senhor, podem realmente fazer a obra dEle sem roubar a glória que somente é devida a Ele, impactando uma sociedade em decadência e revertendo um histórico de degradação espiritual que ela apresenta.
Temos que ser sarados nessa dimensão de filho de Deus, desfrutando de um relacionamento paterno profundo com Deus, caso contrário, seremos filhos “bastardos” ou “órfãos”, servos que buscam seus próprios interesses e uma noiva “prostituta”.
A parábola nos mostra uma importante lição neste particular, a respeito da nossa cura: o milagre tem de acontecer dentro da nossa própria casa. Em Êxodo 20:12, tem-se o quinto mandamento nos termos a seguir transcritos: “Honra teu pai e tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o Senhor, teu Deus, te dá”.
Infelizmente, vivemos uma época em que nunca este princípio foi tão abandonado. O inimigo de nossas almas tem investido pesado para que as famílias sejam, cada vez mais, desestruturadas, colocando filhos contra os pais e os pais contra os filhos, a fim de que as pessoas não tenham um referencial seguro do amor paterno de Deus, causando todo tipo de deformidade na personalidade e emoções das pessoas, tais como a rejeição, o senso de abandono, os complexos de inferioridade, a ansiedade, os ciúmes, entre outros. Nada desestrutura mais as emoções e a personalidade de um ser humano do que ter um relacionamento partido com seus pais, do que sentir mágoa, rancor e ressentimento contra as pessoas que deveriam ser fonte de amor e aceitação incondicionais.
Como resultado desses relacionamentos partidos com os nossos pais e as mágoas deles decorrentes, nós não conseguimos ter uma percepção em nossas emoções mais íntimas de que, de fato, Deus é um pai bondoso que nos ama e nos aceita incondicionalmente. Transferimos para Deus todas as emoções que sentimos em relação aos nossos pais, de modo que passamos a ver Deus do mesmo modo que percebemos e vemos nossos pais.
Se tivemos o cuidado e o carinho afetuoso de nossos pais desde os primeiros anos da infância, teremos condições para enxergar Deus como um pai amoroso, contudo, se nossos pais foram severos, críticos, injustos, ausentes quando necessário, cheios de ódio, nós enxergaremos Deus da mesma forma, ou seja, de uma maneira deformada. E não somente isso, os relacionamentos partidos com nossos pais prejudicarão todos os nossos relacionamentos pessoais, transferiremos para outras pessoas, principalmente para as pessoas que desempenham funções de liderança em nossas vidas, todo o amor que gostaríamos de ter recebido de nossos pais, mas também transferiremos todo o nosso ódio e frustração (cf. SEAMANDS, David A. A cura das memórias. 2ª ed. São Paulo: Mundo Cristão, 2007, p. 77-87). Além do que cultivaremos toda a espécie vício e dependência, inclusive a dependência emocional em relação as pessoas.
A única maneira de nos curarmos na nossa dimensão de filho e recuperar uma saúde emocional que nos possibilite viver o Evangelho é a restauração do princípio da honra em nossas vidas, isto é, o perdão e a reconciliação nas nossas relações familiares, principalmente com nossos pais. Devemos perdoar os nossos pais pelas falhas do passado e começar a semear amor onde antes não existia, semear amor, respeito e aceitação incondicionais em relação a eles, reconhecendo que, se tivemos uma relação difícil na família, isso se deveu em virtude da atuação maligna do inimigo de nossas almas, que veio para matar, roubar e destruir o que temos de melhor. Nossos pais também precisam de amor para ser restaurados e se render ao Evangelho de Cristo, porque também foram vítimas da atuação do nosso inimigo e, com certeza, também tiveram uma vida complicada em relação aos pais deles. Precisamos desse nível de cura a fim de que não repitamos o mesmo quadro de rejeição com os nossos filhos. Irmão, não se engane, se não atingirmos esse nível de cura, repetiremos os mesmos abusos que sofremos, porque ferimos os outros da mesma forma que fomos feridos.
A nossa família é o nosso maior patrimônio. E, se não nos restauramos nesse nível, será muito difícil viver o Evangelho, pois a essência do Evangelho é o amor. Enquanto não renovarmos a nossa mente nessa área, seremos cegos espiritualmente e, portanto, um alvo fácil para a atuação do inimigo. Veja o diz Provérbios 30:17: “Os olhos de quem zomba do pai ou de quem despreza a obediência à sua mãe, corvos no ribeiro os arrancarão e pelos pintãos da águia serão comidos”. Infelizmente, o caminho para aqueles que não passam pela porta do perdão e da reconciliação na família é este, não desfrutaremos do melhor de Deus para nossas vidas por causa da cegueira espiritual. E que maior bênção podemos ter do que ver Deus como Ele é e desfrutar de seu amor paternal?
Precisamos da unção de Elias nesses últimos dias, ou seja, uma profunda restauração na área familiar, como foi profetizado pelo profeta Malaquias: “Eis que eu vos enviarei o profeta Elias, antes que venha o grande e terrível Dia do Senhor; ele converterá o coração dos pais aos filhos e o coração dos filhos a seus pais, para que eu não fira a terra com maldição” (Malaquias 4:5-6).
Esta é a chave do avivamento que tanto ansiamos para o nosso tempo. De nada adianta termos o culto mais animado da face da terra, o melhor louvor, uma boa visão de igreja a perseguir e até mesmo as manifestações sobrenaturais do Espírito de Deus, se nós não voltarmos para a essência do Evangelho de Cristo e de seu caráter. A unção sobrenatural de Deus vem, mas os “vasos” não estão inteiros, estão cheios de grandes rachaduras e toda a unção liberada não é retida, mas escorre pelas brechas. Enfim, um dia acordamos e percebemos que tudo não passou de apenas mais um “mover do Espírito Santo”. Quem sabe a próxima geração consiga.
Irmão, não queira deixar para a próxima geração aquilo que Deus pode realizar no tempo que se chama hoje em sua vida.
Meu desejo para você leitor é que o melhor de Deus aconteça em sua vida. Faça a sua parte, porque é fiel para fazer a parte dEle no meio do processo. Deus é um pai bondoso e não medirá esforços para ver você restaurado, basta você querer trilhar o “caminho sobremodo excelente do amor” (1 Coríntios 13).

Pablo Luiz Rodrigues Ferreira
rugidodaverdade.blogspot.com.br
pablolrferreira@hotmail.com


VER A CRISTO


No dia de hoje, dedico a vocês a seguinte frase de Oswald Chambers:

"Você não deveria confiar em ninguém, e ainda ignorar o melhor santo na Terra, se ele bloqueia a sua visão de Jesus Cristo " (Oswald Chambers, in My Utmost for His Highest).

Nossa dependência somente pode ser de Cristo e de ninguém mais. Nenhum santo, por mais talentoso e abençoado com dons espirituais que seja, é insubstituível. Insubstituível somente Cristo. Melhor é buscar o que Ele tem para oferecer. Não se engane: Melhor é o ouro de Deus do que a palha que o homem dá. O que você tem buscado? De quem você tem dependido e buscado as coisas? Do homem? Ou de Deus?

Assim diz o apóstolo Paulo:

“Porque, persuado eu agora a homens ou a Deus? ou procuro agradar a homens? Se estivesse ainda agradando aos homens, não seria servo de Cristo” (Gálatas 1:10).

Pensem nisso.

Pablo Ferreira.

DIMINUINDO PARA CUMPRIR O PROPÓSITO DE JESUS



Há alguns dias, tenho refletido em uma série de questões acerca do nosso papel como servos de Deus e de como temos que fazer a obra. Mais especificamente estava pensando na questão de como um discipulador deve se portar em relação aos seus discípulos e cheguei a conclusão de que o discipulador não deve em hipótese alguma roubar o lugar do Espírito Santo na vida da pessoa, nem tampouco se orgulhar de ter em suas mãos uma pequena "multidão" de discípulos sobre o seu comando como se eles fossem uma conquista pessoal. Ainda escreverei futuramente uma ministração sobre esta questão, mas por hoje quero compartilhar a seguinte meditação que li hoje no livro My Utmost for His Highest, que traduzi do inglês. A maior necessidade das pessoas é ter um relacionamento pessoal com Deus e se nós ocupamos o lugar dele no coração das pessoas, fazendo com que as pessoas se tornem dependentes de nós e da nossa ajuda humana, somos desqualificados como servos de Deus. Pensem nisso e quem precisar, por favor, arrependa-se. A Palavra é dura, mas verdadeira. Apliquem o mesmo raciocínio para tudo que Deus nos confiar a título de dons, serviços e ministério, nunca traga a glória para si, porque Deus não divide a glória dEle com ninguém. Um abraço.


DIMINUIR PARA O PROPÓSITO DELE


"Ele deve crescer e que eu diminua". João 3:30

Se você se tornar uma necessidade para a vida de alguém, você está fora da vontade de Deus. Como um servo, sua responsabilidade primária é ser um amigo do noivo. Quando você vê uma pessoa que está perto de agarrar as reivindicações de Jesus Cristo, você sabe que sua influência foi na direção certa. E quando você ver aquela pessoa no meio de uma dificuldade ou dolorosa batalha, não tente prevení-la, mas ore para a difilcudadade dela creca mesmo dez vezes mais, até que não haja poder na terra ou no inferno que possa manter essa alma longe de Jesus Cristo. Uma e outra vez, nós tentaremos ser providências amadoras na vida de alguém.  E dizendo: “esta pessoa não deveria ter de experimentar essa dificuldade”. Em vez de provarmos que somos amigos do Esposo, nós colocamos a nossa simpatia no caminho. Um dia aquela pessoa nos dirá: “você é um ladrão; você roubou meu desejo de seguir Jesus, e por causa de você eu perdi minha visão dele”.

Cuidado ao se regozijar com alguém sobre coisas erradasmas sempre procurem se regozijar com as coisa certas. “(...) o amigo do noivo, que está presente e o ouve, regozija-se muito com a voz do noivo. Assim, pois, este meu gozo está completo. É necessário que ele cresça e que eu diminua” (João 3:29-30). Isto foi falado com alegria e não com tristeza - afinal eles foram ver o Noivo! E João diz que esta é a sua alegria. Isso representa um afastamento, um absoluto afastamento do servo, para nunca mais ser visto novamente.

Ouça atentamente com todo o seu ser até você ouvir a voz do noivo na vida de uma outra pessoa. Nunca dê qualquer opinião ao que a devastação, as dificuladades ou a doença trarão. Apenas se regozije com com excitamento divino que a voz Dele foi ouvida. Você pode ver muitas vezes Jesus Cristo destruir uma vida antes de salvá-la. (cf. Mt. 10:34).

Traduzido livremente do livro My Utmost for His Highest, de Oswald Chambers. 

CULTO RACIONAL


Em Romanos 12:1-2, vemos o seguinte texto: "Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus".

Pensem nisso e tirem suas próprias conclusões:

Nosso culto a Deus é racional; importa em nossas decisões; não é um culto em que nossas emoções precisam chegar ao êxtase do prazer, mas uma deliberada e perseverante decisão de amá-lo acima de todas as coisas e ser o culto vivo.


Um abraço,


Pablo Ferreira

SUPERAÇÃO



Pensem nisso:


"Deus não nos dá uma vida de superação, mas Ele nos dá vida enquanto superamos" (Oswald Chambers, in My Utmost for His Highest).


Um abraço e que Deus os abençoe.

CRUZ



Pense nisso:


"A Cruz é o Abismo das Maravilhas, o Centro dos Desejos, a Escola das Virtudes, a Casa da Sabedoria, o Trono do Amor, o Teatro das Alegrias e o Lugar dos Sofrimentos; é a Raiz da Felicidade, e a Porta do Céu" (Thomas Traherne, in Centuries of Meditations).


Que o Senhor Jesus a cada dia plante em seu coração a realidade do sacrifício que ele fez por você na cruz.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

AS PALAVRAS DE JESUS



Caros e amados irmãos e para todos que, porventura, venham a ler esta mensagem,
No livro de João, Capítulo 6, versículo 63, Jesus diz:
"O espírito é o que vivifica, a carne para nada aproveita; as palavras que eu vos disse são espírito e vida" (grifo meu).
O Espírito Santo é o agente que nos vivifica e nos capacita para viver uma vida capaz de agradar a Deus e vencer as tentações da carne e mais do que isso é Ele quem produz em nós o fruto do espírito (a paz, a alegria, o amor, a paciência, etc.), embelezando o nosso caráter para nos fazer resplandecer a glória de Deus.
As palavras de Deus são espírito e vida. Sabe gente, existe um nível de fé sobrenatural que só é capaz de brotar em nosso ser quando, de fato, os nossos olhos estão direcionados fixamente a Cristo e não no homem. Existe um nível de fé que só surge de forma linda, bela e magnífica quando aprendemos a desligar a nossa identidade das pessoas que são usadas para serem os nossos guias espirituais e nos auxiliarem na caminhada (os nossos pastores, os nossos discipuladores, os nossos líderes de ministério, os irmãos mais maduros na fé) e passamos a depender de Deus em intimidade profunda.
Olhem o que Davi disse no Salmo 27:4:
"Uma coisa pedi ao Senhor, e que eu vou buscar, inquirir, e [insistentemente] requerer: que eu possa morar na casa do Senhor [em sua presença] todos os dias da minha vida, para contemplar e olhar fixamente a beleza [a doce atratividade e a prazerosa amabilidade] do Senhor e para meditar, estudar, e inquirir no seu templo" (Versão Amplificada em inglês).
Que lindo! Deus espera o mesmo de nós. Na intimidade com Deus, Ele, através do Espírito Santo, durante a oração, revela para nós a sua beleza, a sua doce atratividade e a sua prazerosa amabilidade e nos enche com uma alegria que não podemos contar. Eu estou cheio do Espírito Santo só de escrever estas palavras para vocês e sinto o Espírito Santo me chamar para mais um momento de intimidade com Ele.
Nessa intimidade, a palavra vira espírito e vida dentro de nós e nos sustenta. Nesse nível, a letra da Palavra não nos mata.
Mais uma vez, repiso, não tenha a sua identidade fundamentada no homem. Se você olhar para o homem, você certamente cairá quando descobrir as falhas dele ou quando ele não puder atender as suas expectativas.
Olhe para Deus, Ele é lindo!
Olhe para Deus, Ele é maravilhoso!
Olhe para Deus, Ele é amável e sua sabedoria é plena de misericórdia!
Olhe para Deus, Ele lhe ama, lhe aceita e lhe entende!
Olhe para Deus, Ele te leva para o colo dEle e te dá descanso e amor!
O colo de Deus é colo de papai e Ele nos ensina a andar (Oséias 11).
Não menos importante, veja o que Isaías fala em 26:3-4:
"Tu conservarás em paz aquele cuja mente está firme em ti; porque ele confia em ti.
Confiai no SENHOR perpetuamente; porque o SENHOR DEUS é uma rocha eterna".
Não perca o seu propósito em Deus, pois é Ele quem conservará a nossa alma em paz. Isso fala de perseverança. Persevere e mantenha-se firme.
As palavras de Jesus são espírito e vida. Declare positivamente a palavra de Deus, confesse-a e gere-a em oração e declare que ela é uma verdade em sua vida e que você tem o compromisso de vivê-la mais intensamente. Ore em línguas e fortaleça o seu espírito; arrependa-se do que for necessário e receba a cura que vem de Deus (2 Crônicas 7:14); exalte e louve o Senhor e mantenha um coração grato.
Declare a palavra da identidade em Deus, em Efésios 2:10: 
"Pois somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas".
 A palavra feitura no original em grego é "poema". Somos o poema de Deus, lindos, maravilhosos e preciosos aos seus olhos.
 Por fim, precioso de Deus, meu coração está cheio de amor por você, um amor de pai, que meu coração nunca sentiu ao escrever uma carta. Amo vocês, queridos irmãos de discipulado. Amem a Deus de todo o coração, de toda a sua força e de todo o seu entendimento.
 Aleluiaaaaaaaaaaaaaaaaaaa !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!  
 Do irmão, Pablo Luiz Rodrigues Ferreira.