quinta-feira, 5 de maio de 2011

VITÓRIAS CONTRA AS BRECHAS DO PECADO E A RESTAURAÇÃO DE DEUS: ALGUMAS REFLEXÕES SOBRE O SALMO 60



O Salmo 60 começa seu enunciado dizendo, in verbis: “Ao mestre de canto, segundo a melodia ‘Os lírios do testemunho’. Hino de Davi para ensinar. Quando lutou contra os siros na Mesopotâmia e os siros de Zobá, e quando Joabe, regressando, derrotou de Edom doze mil homens, no Vale do Sal”.
Trata-se de um salmo de Davi, já como rei de Israel, a fim de ensinar seus ouvintes acerca de verdades essenciais da vida com Deus. Verdades que se aplicam a nós nos dias de hoje e que fortalecem a nossa fé.
Davi, fazendo uma reflexão de sua trajetória de suas batalhas e vitórias (ver 2 Sm 8; 1 Cr 18), reconhece que derrotas que seus exércitos experimentaram e perigos a que estavam caindo eram resultado de uma conduta de infidelidade para com Deus, a qual atraiu a disciplina e a ira de Deus para com o pecado, a única coisa que pode fazer separação entre nós e o Senhor (v.1).
Não podemos nos enganar. Estamos sujeitos à lei da semeadura: aquilo que plantarmos, colheremos e se plantamos desobediência, colheremos juízo da parte de Deus, juízo necessário a fim de que não nos percamos definitivamente do amor do Senhor (1 Co 11:32).
Davi reconhece que a desobediência trouxe graves consequências, como se depreende das expressões “abalaste”, “fendeste” e “brechas”, no versículo 2; estas são as áreas degradadas, contaminadas pelo pecado, e que precisam da restauração do Senhor.
Temos que reconhecer, assim como Davi anelava, que o Senhor é o único que pode trazer a restauração de tais áreas e tratar o nosso caráter a fim de que as “brechas” que demos ao inimigo de nossas almas sejam tapadas, forjando um muro sólido e consistente contra as investidas satânicas.
São “brechas” que precisam ser saradas, pois elas comprometem a nossa vida e intimidade com Deus e talvez, em estados mais graves, comprometem a nossa salvação.
Temos de ser honestos conosco mesmos e confessar o que tem nos afastado de Deus; temos de ser sinceros o suficiente para nos sondar acerca de que condutas temos praticado, negociando a nossa santidade.
Devemos assumir a nossa responsabilidade pelas conseqüências que o pecado nos deixou e não terceirizar a culpa para outras pessoas.
Deus cobra de nós a sinceridade, essencial na vida com Ele.
Davi também reconhece que Deus nos faz passar por aflições (“reveses”) e que, às vezes, são tão agudos como “um vinho que atordoa” a fim de nos provar e disciplinar (v.3), como parte de nosso crescimento espiritual e formação de um caráter transformado pelas verdades eternas, mas sempre reconhecendo um cuidado de Deus conosco, provendo-nos um escape para que não caiamos em derrota (v.4).
O caminho da vitória requer batalhas a serem vencidas e não se vence o pecado sem uma tomada de posição pela santidade; só assim teremos a tão almejada liberdade, a qual Deus nos concede porque somos seus amados e preciosos; Deus responde e nos salva no meio de nossas aflições, mas para isso também temos de cultivar nosso relacionamento com Ele por meio da oração (v.5).
Os versículos 6-8 nos mostram uma verdade impactante: o Senhor faz questão em mostrar a diferença entre quem O serve e quem não O serve.
Os ímpios, aqueles que decidem levar uma vida longe de Deus, são chamados de “minha bacia de lavar”, um lugar em que se concentram toda a impureza dos objetos lavados, impureza a qual será lançada fora, destino a que terão de experimentar todos aqueles que se posicionam em rebeldia contra o Senhor (v.8).
Outra figura usada é “sobre Edom atirarei minha sandália”, o que demonstra o repúdio e separação de Deus contra o pecado e ainda se acrescenta “sobre a Filístia jubilarei”, mostrando o triunfo glorioso do Senhor sobre a iniquidade dos homens (v.8).
Para aqueles que resolverem andar em obediência e santidade e amor ao Senhor, Ele nos chama “meu” e nos coloca em posições de destaque em seu reino, a fim de que possamos estabelecê-lo onde Ele nos colocar (“defesa de minha cabeça” e “meu cetro”) (v.7).
Deus profere estas promessas em santidade (v.6), o que mostra que podemos depositar nossa confiança nEle, que Ele nos conduzirá no caminho em que devemos andar.
Davi reconhece que somente Deus pode garantir a vitória sobre os nossos inimigos, sendo o socorro dos homens inútil. Somente o Senhor pode sarar as nossas feridas e tapar as nossas brechas. Temos de anelar por isso e viver uma vida de oração e posicionamento diante do combate contra o pecado (vv. 9-11), sabendo que recebemos a vitória e a libertação; “em Deus faremos proezas” (v.12) e somente com Ele experimentaremos a vitória sobre grandes e numerosos inimigos, como Davi recebeu desbaratando os exércitos dos siros e dos edomitas, descritas em 2 Sm 8 e 1 Cr 18, os quais fazem referência ao salmo em que apresentamos essas breves reflexões.

Elaborado por: Pablo Ferreira
Em 02/02/2009 e acrescentado em 15/02/2009.


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