sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

PERDÃO E A CRUZ DE CRISTO


Perdão é um ato que só pode ser concretizado através da cruz de Cristo. Perdoar é divino e não humano, é um ato de graça e não uma questão de justiça ou retribuição e, para isso, precisamos estar dispostos a passar pela nossa cruz e negarmos a nós mesmos.
Retirar a raiz de amargura requer de nós os mesmos ingredientes que Cristo manifestou na cruz, quais sejam:

a) a humilhação (Is 57:15; 2 Cr 7:14); a confissão de nossos pecados uns aos outros para que possamos receber cura (Tg 5:16); 

b) o arrependimento dos pecados, do orgulho ferido da vítima e da nossa justiça própria (At 5:31);

c) renúncia dos nossos “direitos” e razões pessoais (1 Jo 4:9); perdão como forma de cancelamento das ofensas praticadas contra nós (Cl 3:13);

d) reconciliação e restauração dos relacionamentos partidos (2 Co 5:18-19), na medida em que isso é possível;

e) a restituição daquilo que roubamos e tiramos do outro (Lc 19:8, Lc 6:1-5), porém, às vezes, essa restituição precisa ser emocional, ou seja, temos também pedir perdão na parte em que também fomos ofensores;

f) a intercessão (1 Tm 1-4); 

g) a disciplina da obediência, a qual é baseada no temor de Deus e na decisão de amar o que Ele ama e aborrecer o que Ele aborrece, perseverando em construir um caráter à luz dos padrões do Senhor revelados em sua Palavra;

h) além do descanso que devemos depositar no Senhor na decisão de nos rendermos diante dEle e entregar a situação da ofensa em sua mãos (cf. BORGES, Marcos de Souza.Pastoreamento Inteligente: o padrão de aconselhamento na libertação. 2 ed. Almirante Tamandaré: Editora Jocum Brasil, 2011, p. 173- 212). 

Temos de olhar a ofensa como permitida por Deus para o nosso bem, para o nosso aperfeiçoamento, uma vez que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus (Rm 8:28), até mesmo porque a graça de Deus também inclui não só o privilégio de crer em Cristo, mas também de padecer pela causa do Evangelho (Fp 1:29).

Acrescente-se que devemos olhar positivamente o ofensor como instrumento de Deus para nos aperfeiçoar, assim como Jesus, que foi aperfeiçoado através dos sofrimentos e provações, para ser o nosso Salvador (Hb 4:14).

Após a ofensa, entregue-se diante de Deus, depositando a confiança de que Ele tratará da ofensa e do ofensor em seu tempo e não no nosso.

Pense nisso: até que ponto você confia em Deus para tratar as amarguras do seu coração?

[Excerto retirado, acrescido de reflexões e adaptado do texto de minha autoria: DE ESCRAVO A FILHO: REFLEXÕES NA EPÍSTOLA DE PAULO A FILEMOM CONCERNENTES AO PERDÃO E A GRAÇA ABUNDANTE DE DEUS NA RESTAURAÇÃO DO HOMEM, disponível em: http://rugidodaverdade.blogspot.com.br/2012/03/de-escravo-filho-reflexoes-na-epistola_24.html]

Pablo Luiz Rodrigues Ferreira
rugidodaverdade.blogspot.com.br
pablolrferreira@hotmail.com

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