quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

DESEJOS, DESEJOS E MAIS DESEJOS: UMA REFLEXÃO SOBRE A TENTAÇÃO


Deus nos criou com uma série de necessidades naturais a ser satisfeitas para o nosso “bom funcionamento”, tais como alimentação, segurança, proteção, pertencimento, amor, autoestima, realização pessoal, de sentir que há um propósito para nossas vidas. De acordo com Mark e Debra Laaser, todo ser humano tem sete desejos, que são básicos e universais, quais sejam o desejo de ser ouvido e ser entendido, de ser afirmado, de ser abençoado, de estar seguro, de ser tocado, de ser escolhido, e de ser incluído e, é no preenchimento e na satisfação destas necessidades, que o ser humano valida sua própria existência e pode desfrutar relacionamentos profundos e ricos com Deus e com as pessoas (The seven desires of every heart. Grand Rapids: Zondervan, 2004, p. 13).

Essas são necessidades naturais, dadas por Deus, integrantes da nossa estrutura como seres humanos e o nosso estado de queda não mudou o fato de que necessitamos preenchê-las para conferir significação para as nossas vidas; são partes componentes da nossa identidade, contudo, em razão da queda e do nosso coração corrupto pelo pecado (Jr 17), procuramos a satisfação de tais necessidades nas coisas criadas e nas pessoas (Rm 1:25), rejeitando o preenchimento das mesmas em Deus e é ai que satanás entra.

"13 Ninguém, ao ser tentado, diga: Sou tentado por Deus; porque Deus não pode ser tentado pelo mal e ele mesmo a ninguém tenta. 14 Ao contrário, cada um é tentado pela sua própria cobiça, quando esta o atrai e seduz. 15 Então, a cobiça, depois de haver concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, uma vez consumado, gera a morte" (Tiago 1:13-15 – ARA).

Em toda tentação, o inimigo lança sobre nós o engano de identidade, dizendo: “falta algo em você e você precisa fazer algo a respeito para suprir essa necessidade”. Como disse Thomas Merton: “Nossas vidas são formatadas pelas coisas que desejamos” e, assim, o inimigo nos leva, através do engano de identidade, a satisfazer nossas necessidades básicas e universais de forma pecaminosa, construindo uma vida marcada pela separação de Deus e pela idolatria, inclusive a idolatria dos desejos não supridos e que buscamos desesperadamente suprir no outro como se fossemos "canibais emocionais".

Pense nisso: Qual é a fonte de sua fome emocional? Se você é o tipo de pessoa que não consegue ficar sem ter um relacionamento com alguém para compensar um sentimento de vazio e solidão interior, quais são os desejos que você busca suprir usando o outro? Quando você é atraído para a prática de vícios sexuais, tais como a pornografia, a masturbação, o sexo desenfreado, o adultério, os parceiros múltiplos, quais são os desejos que você busca desenfreadamente suprir porque você não recebeu nos anos de formação de sua personalidade? Dentro dessas experiências elencadas acima, qual o desejo não suprido: o desejo de ser ouvido e ser entendido, de ser afirmado, de ser abençoado, de estar seguro, de ser tocado, de ser escolhido ou de ser incluído?

Quando você entende onde a tentação está lhe tocando quanto aos desejos que você quer ver suprido, fica mais fácil vencê-la com a ajuda do Espírito Santo.

Pablo Luiz R. Ferreira
rugidodaverdade.blogspot.com.br

[Nota: excerto extraído de outro texto de minha autoria, chamado “Um novo imaginário, uma nova mentalidade”, adaptado e acrescido nesta oportunidade com as perguntas no fim do capítulo para promover uma reflexão mais profunda. Acesse: http://rugidodaverdade.blogspot.com.br/2013/01/um-novo-imaginario-uma-nova-mentalidade.html].

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