segunda-feira, 11 de julho de 2011

AS MAZELAS DOS ÚLTIMOS DIAS E A RESTAURAÇÃO DA IDENTIDADE CRISTÃ – Algumas reflexões em Oséias 1 e 2.



Em II Tm 3:1-5, o Apóstolo Paulo nos apresenta um quadro que marca os últimos dias, definindo-os como tempos difíceis e penosos, nos quais o homem, afastado de Deus, é marcado por uma série de características que revelam seu egoísmo e perda de referência de qualquer tipo de autoridade no seu comportamento:

Sabe, porém, isto, que nos últimos dias sobrevirão tempos penosos; pois os homens serão amantes de si mesmos, gananciosos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a seus pais, ingratos, ímpios, sem afeição natural, implacáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, inimigos do bem, traidores, atrevidos, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus, tendo aparência de piedade, mas negando-lhe o poder. Afasta- te também desses”.

Tal comportamento é, em grande parte, fruto da desagregação familiar, resultando em uma geração marcada por uma série de deformidades na alma e relacionamentos destruídos.

Este é o quadro da juventude e da humanidade de hoje, inclusive daqueles se achegam a Igreja de Cristo, vindos do mundo, trazendo todas estas marcas de destruição. Mais uma vez devemos olhar para as Sagradas Escrituras, para Deus e suas promessas a fim de encontrar o caminho para a restauração da identidade, a fim de nos vermos como preciosos diante de Deus uma vez que comprados no sangue de Cristo.

A Bíblia nos mostra uma situação semelhante no livro do Profeta Oséias, no qual o povo de Israel estava em acentuada desagregação e infidelidade em relação a Deus; dias trabalhosos e difíceis, no qual o povo se afastou de Deus. O livro retrata a história do Profeta Oséias e sua infiel esposa Gômer, espelhando a relação infiel entre o povo judeu e Deus. Assim diz o Senhor de Gomêr: “Vai, toma mulher de prostituições e terás filhos de prostituição, porque a terra se prostituiu, desviando-se do Senhor” (Os 1:2). Oséias teve três filhos, cujos nomes mostravam a situação decaída e pecaminosa do povo judeu: Jezreel, uma vez que “Deus queria que o povo reconhecesse o seu próprio pecado e, por isso o nome do filho do profeta serviria para relembrar aos israelitas um dos maiores crimes da sua história (II Rs 10:1-14)” (Russell Shedd); Desfavorecida, que literalmente significa “de quem não se compadeceu”; e Não-Meu-Povo, porque o povo judeu, em meio a idolatria e imoralidade, não se comportava como povo de Deus.

O texto de Oséias 2:2-13 nos traz mais alguns detalhes sobre a iniquidade de Israel e do juízo de Deus. O povo judeu tinha perdido sua identidade como povo de Deus em virtude da desobediência, imoralidade e idolatria e, assim também nós, quando andamos segundo nossa própria vontade e segundo os desejos da nossa carne.

A esperança que fica para nós nos dias de hoje é que, tal como Deus fala ao povo de Israel, o Senhor nos promete restauração. Apesar da desobediência, Deus não volta atrás em seus planos para o seu povo, restaurando a identidade do mesmo, mas para isto o Senhor requer de nós a confissão sincera de nossos pecados, arrependimento e fé no nosso Senhor e Salvador, Jesus Cristo, o único que é fiel e justo para nos lavar de todas as iniqüidades e perdoar as nossas faltas (1 João 1:9).

 Devemos abandonar as vestes velhas e deixar as conseqüências de nossos pecados na mão de Deus para que Ele as trate, sejam quais forem, tendo a consciência de as coisas não mudam de uma hora para outra. A transformação do caráter e a renovação da mente requerem tempo, disciplina, luta e entrega constante a Deus, a rendição do velho “eu”, o sacrifício da nossa própria vontade.

Voltando para o texto de Oséias 1: 10 – 2:1 e 2:14-23, vemos as promessas de restauração para o povo de Deus. Levando uma vida de arrependimento e fé, sincera diante de Deus, seremos chamados mais uma vez pelo Senhor de “Meu Povo” ao invés de “Não-meu-povo” e de “Favorecidos”, ao invés de “Desfavorecidos”. O Senhor nos atrairá e nos levará ao deserto e ali nos falará ao coração (2:14), tirará da nossa boca o nome das nossas iniquidades (2:17) e nos desposará em justiça, juízo, bondade, misericórdia, fidelidade e, então, conheceremos o Senhor e Ele nos será favorável (2:19-21). Em Cristo, seremos novas criaturas e não mais “filhos de prostituições”.

A paz de Deus seja com todos nós e que você, caro leitor, tenha a sua esperança e amor no Senhor renovados no dia de hoje.





Pablo Luiz Rodrigues Ferreira

Elaborado em: 07/02/2008,

reformulado e acrescido em 11/07/2011

rugidodeverdade.blogspot.com



            

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