Uma das alegrias do apóstolo Paulo era a de que, a cada ano que passava, ele estava mais perto da Salvação, prosseguindo para Cristo como alvo, combatendo o bom combate, guardando sua fé e sendo transformado por Deus de glória em glória.
A ideia geral que temos é a de que os valores do Reino de Deus devem tornar o ser humano melhor, levando-o a cada dia a experimentar uma vida abundante.
Jesus disse a Nicodemos que ele deveria passar pela experiência do novo nascimento a fim de que pudesse ver o Reino de Deus (João 3:3), o que denota que, sem uma vida espiritual genuína gerada pelo Espírito Santo em nós, não poderemos ver o Reino de Deus e não poderemos ser transformados à imagem e semelhança de Jesus.
Isso pode acontecer com aqueles que, mesmo estando na igreja, nunca passaram pela porta do arrependimento e fé salvadora na pessoa de Jesus ou com aqueles que, já sendo crentes, não desenvolveram uma vida de perseverança na presença de Deus, nutrindo uma mera aparência ou “religiosidade”.
Para aqueles que hoje conhecem o cristianismo e se consideram cristãos, trago o que Jesus falou aos fariseus, os religiosos que se consideravam filhos de Deus, em Mateus 12:
43 Ora, havendo o espírito imundo saído do homem, anda por lugares áridos, buscando repouso, e não o encontra. 44 Então diz: Voltarei para minha casa, donde saí. E, chegando, acha-a desocupada, varrida e adornada. 45 Então vai e leva consigo outros sete espíritos piores do que ele e, entretanto, habitam ali; e o último estado desse homem vem a ser pior do que o primeiro. Assim há de acontecer também a esta geração perversa.
Às vezes, estamos bonitos por fora, bem arrumadinhos, “varridos e adornados”, mas por dentro estamos vazios e “desocupados” em relação ao Espírito de Deus, vivendo de aparência de quem está vivo.
Esta é a descrição de alguém que busca uma reforma moral sem ser habitado pelo Espírito Santo. A reforma sem regeneração nunca é eficaz e quase sempre reverte em um regresso ao comportamento anterior (MACARTHUR, John. La Biblia de Estudio Macarthur. Grand Rapids: Editorial Portavoz, 2004, p. 1270, tradução minha do espanhol).
A este respeito, veja as palavras de C. S. Lewis:
Porque o sobrenatural, entrando em uma alma humana, abre a ela novas possibilidades ambas de bem ou de mal. Deste ponto a estrada se bifurca: um caminho para a santidade, amor, humildade, o outro para o orgulho espiritual, justiça própria, zelo perseguidor. E não há caminho de volta para as meras e monótonas virtudes e vícios da alma não desperta. Se o chamado divino não nos fizer melhores, far-nos-á muito piores. De todos os homens maus os maus homens religiosos são os piores (Reflections on Psalms. New York: Harcourt, 1986, p. 31-32, tradução minha do inglês).
Não basta “mudar”, mas é necessário ser habitação do Deus vivo e perseverar em sua presença, sendo transformado pelo arrependimento constante das nossas obras mortas.
Se o cristianismo não nos mudar a fim de que sejamos pessoas melhores por intermédio da habitação do Espírito de Deus em nós, certamente seremos piores do que antes de termos conhecido a fé, seremos mais depravados, porque, sabendo da verdade, praticaremos o pecado de forma ainda mais consciente e reprovável.
Minha palavra é “persevere”, conheçamos e prossigamos em conhecer a essência de Deus através de seu Espírito; não abandone as insondáveis riquezas de Cristo por nada que se apresente diante de você. Peça ao Pai que abra os olhos do seu coração para que você possa ver a essência de Jesus a cada dia que passa, sendo transformado por Ele (Efésios 1:17-18), passando pela porta do arrependimento. Escolha a boa parte e receba do amor e da graça do Pai.
Pablo Luiz Rodrigues Ferreira
02 de outubro de 2011
rugidodaverdade.blogspot.com
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