Perdão é um ato que só pode ser concretizado através da cruz de Cristo. Perdoar é divino e não humano, é um ato de graça e não uma questão de justiça ou retribuição e, para isso, precisamos estar dispostos a passar pela nossa cruz e negarmos a nós mesmos.
Retirar
a raiz de amargura requer de nós os mesmos ingredientes que Cristo
manifestou na cruz, quais sejam:
a)
a humilhação (Is 57:15; 2 Cr 7:14); a confissão de nossos pecados
uns aos outros para que possamos receber cura (Tg 5:16);
b)
o arrependimento dos pecados, do orgulho ferido da vítima e da nossa
justiça própria (At 5:31);
c)
renúncia dos nossos “direitos” e razões pessoais (1 Jo 4:9);
perdão como forma de cancelamento das ofensas praticadas contra nós
(Cl 3:13);
d)
reconciliação e restauração dos relacionamentos partidos (2 Co
5:18-19), na medida em que isso é possível;
e)
a restituição daquilo que roubamos e tiramos do outro (Lc 19:8, Lc
6:1-5), porém, às vezes, essa restituição precisa ser emocional,
ou seja, temos também pedir perdão na parte em que também fomos
ofensores;
f)
a intercessão (1 Tm 1-4);
g)
a disciplina da obediência, a qual é baseada no temor de Deus e na
decisão de amar o que Ele ama e aborrecer o que Ele aborrece,
perseverando em construir um caráter à luz dos padrões do Senhor
revelados em sua Palavra;
h)
além do descanso que devemos depositar no Senhor na decisão de nos
rendermos diante dEle e entregar a situação da ofensa em sua mãos
(cf. BORGES, Marcos de Souza.Pastoreamento Inteligente: o padrão
de aconselhamento na libertação. 2 ed. Almirante Tamandaré:
Editora Jocum Brasil, 2011, p. 173- 212).
Temos
de olhar a ofensa como permitida por Deus para o nosso bem, para o
nosso aperfeiçoamento, uma vez que todas as coisas cooperam para o
bem daqueles que amam a Deus (Rm 8:28), até mesmo porque a graça de
Deus também inclui não só o privilégio de crer em Cristo, mas
também de padecer pela causa do Evangelho (Fp 1:29).
Acrescente-se
que devemos olhar positivamente o ofensor como instrumento de Deus
para nos aperfeiçoar, assim como Jesus, que foi aperfeiçoado
através dos sofrimentos e provações, para ser o nosso Salvador (Hb
4:14).
Após
a ofensa, entregue-se diante de Deus, depositando a confiança de que
Ele tratará da ofensa e do ofensor em seu tempo e não no nosso.
Pense
nisso: até que ponto você confia em Deus para tratar as amarguras
do seu coração?
[Excerto
retirado, acrescido de reflexões e adaptado do texto de minha
autoria: DE ESCRAVO A FILHO: REFLEXÕES NA EPÍSTOLA DE PAULO A
FILEMOM CONCERNENTES AO PERDÃO E A GRAÇA ABUNDANTE DE DEUS NA
RESTAURAÇÃO DO HOMEM, disponível
em: http://rugidodaverdade.blogspot.com.br/2012/03/de-escravo-filho-reflexoes-na-epistola_24.html]
Pablo
Luiz Rodrigues Ferreira
rugidodaverdade.blogspot.com.br
pablolrferreira@hotmail.com
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