Perdoar
é um processo que exige de nós sinceridade o suficiente para
definirmos a ofensa praticada, bem como a extensão do dano que nos
foi causado.
Precisamos
definir a ofensa, bem como examinarmos as mágoas específicas
resultantes, além de nos dispormos a abandonar os sentimentos
feridos.
Temos
de enfrentar esses sentimentos feridos, admitindo-os e não tentando
explicá-los ou racionalizá-los, já que explicar não é o mesmo
que perdoar.
Aqui
temos de tomar o cuidado com a falsa ideia de que para perdoar
precisamos “necessariamente” confessar os nossos sentimentos
negativos diretamente ao nosso ofensor, pois muitas vezes,
utilizando-se deste pretexto, escondemos a vontade de nos vingarmos
do ofensor, fazendo com que ele se sinta mal pelo que praticou,
causando-lhe dor e sofrimento.
Acrescente-se
que perdão e reconciliação não são coisas idênticas; o perdão
é unilateral, é um ato de decisão que depende unicamente do
ofendido em renunciar a ofensa; a reconciliação é bilateral, ou
seja, é um ato de vontade que depende tanto do ofendido quanto do
ofensor em restaurar o relacionamento, o que nem sempre é possível,
já que pode ser que não haja condições de relacionamento concreto
com o ofensor, até mesmo porque este pode não querer fazer sua
parte no processo para a restauração do relacionamento.
Contudo,
Deus nos pede que perdoemos e entreguemos a Ele a nossa completa
disposição para nos reconciliar e a hora exata da reconciliação
pertence a Ele (cf. SEAMANDS, David. A Cura das Memórias. São
Paulo: Mundo Cristão, 2007, p. 130-131).
Pense
nisso: em relação às pessoas que você precisa perdoar, você já
parou para pensar qual é a dívida emocional resultante da ofensa?
Que sentimentos, desejos e expectativas suas foram frustrados pela
ofensa?
[Excerto
retirado, acrescido de reflexões e adaptado do texto de minha
autoria: DE ESCRAVO A FILHO: REFLEXÕES NA EPÍSTOLA DE PAULO A
FILEMOM CONCERNENTES AO PERDÃO E A GRAÇA ABUNDANTE DE DEUS NA
RESTAURAÇÃO DO HOMEM, disponível em: http://rugidodaverdade.blogspot.com.br/2012/03/de-escravo-filho-reflexoes-na-epistola_24.html]
Pablo
Luiz Rodrigues Ferreira
rugidodaverdade.blogspot.com.br
pablolrferreira@hotmail.com
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