segunda-feira, 26 de maio de 2025

PERMITAM-SE SER SIMPLES COMO UMA CRIANÇA: O PERDÃO COMO CHAVE DO REINO DE DEUS.





Naquela hora, os discípulos se aproximaram de Jesus e perguntaram: — Quem é o maior no Reino dos Céus? E Jesus, chamando uma criança, colocou-a no meio deles e disse: — Em verdade lhes digo: se vocês não se converterem e não se tornarem como crianças, de maneira nenhuma entrarão no Reino dos Céus. Portanto, aquele que se humilhar como esta criança, esse é o maior no Reino dos Céus. E quem receber uma criança, tal como esta, em meu nome, é a mim que recebe.” (Mateus‬ ‭18‬:‭1‬-‭5‬ ‭NAA)‬‬


Uma das ênfases que o Novo Testamento nos traz a respeito da pessoa de Deus é a sua paternidade em relação às pessoas que ele comprou por meio do sangue de Jesus. Na oração do Pai Nosso, Jesus nos ensinou a invocar Deus como pai e isso não é à toa: Deus se mostra ainda mais íntimo do seu povo como o Pai, aquele que ama, conduz, ensina e disciplina seus filhos para que estes não se percam (Mt 6:9). 


Deus anseia ter relacionamento conosco, mas ele não nos força para tanto. Como um pai amoroso, ele espera o nosso passo de fé, respondendo ao seu chamado. Deus quer que sejamos como uma criança, com corações humildes, sinceros e que confiam e dependem totalmente dele. Ele quer cuidar de nós, mas muitas vezes somos nós que não permitimos que ele cuide como um bom pai. Nós mesmos frequentemente colocamos barreiras no nosso relacionamento com ele: queremos que a nossa vontade seja feita porque não confiamos que Deus tem o melhor pra nós. E de onde vem isso? O que nos impede de alcançar esse nível de relacionamento?


Nós nos relacionamos com Deus da mesma forma que nos relacionamos com as pessoas. Nós aprendemos a nos relacionar com Deus, tendo como referencial aquilo que nós aprendemos com as pessoas ao nos relacionarmos com elas, principalmente com pai, mãe, irmãos, amigos. Nós transferimos para Deus tudo aquilo que nós aprendemos com as pessoas. 


Nossos relacionamentos nesse mundo são imperfeitos; todos eles deixam marcas. Nós vamos transferir para Deus todos os padrões de alegria, satisfação, segurança, cuidado ou falta destes. Vamos transferir os aspectos negativos, tal como as mágoas, os ódios, as tristezas, os bloqueios. Por isso, é tão importante perdoar; tanto isso é verdade que o perdão é um dos princípios essenciais da oração do Pai Nosso (Mt 6:12, 14-15). 


Não nos enganemos: transferimos para Deus toda mágoa não perdoada; isso é automático. Tudo aquilo que me separa do meu próximo também me separa de Deus:


Nós amamos porque ele nos amou primeiro. Se alguém disser: “Amo a Deus”, mas odiar o seu irmão, esse é mentiroso. Pois quem não ama o seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê. E o mandamento que dele temos é este: quem ama a Deus, que ame também o seu irmão” (‭‭1João‬ ‭4‬:‭19‬-‭21‬ ‭NAA‬‬).


Cuidem para que ninguém fique afastado da graça de Deus, e que nenhuma raiz de amargura, brotando, cause perturbação, e, por meio dela, muitos sejam contaminados” (‭‭Hebreus‬ ‭12‬:‭15‬ ‭NAA)‬.‬


Deus quer que curemos os nossos relacionamentos por meio do perdão e da reconciliação, quando esta última é possível. Precisamos curar o nosso coração por meio do perdão para que os canais de relacionamento com Deus estejam limpos e possamos desfrutar da sensação maravilhosa de ser cuidado por ele e perceber o seu amor pulsante por nós. 


Deus nos vê de forma diferente como nós nos vemos: ele nos vê com muito amor. Nós é que não conseguimos nos ver como Deus nos vê. Temos também que nos perdoar pelas falhas que cometemos: não se perdoar cria uma barreira muito grande para aceitar o amor de Deus. O Senhor nos quer livres para que possamos receber o seu amor profundamente. A nossa parte é ser como crianças, que se permitem confiar no pai, com corações humildes, sinceros e que dependem totalmente dele. Esse é o ponto relevante de Mateus 18:1-5: diante de Deus, nós não podemos fazer nada para alcançar o Reino; nós apenas podemos recebê-lo como um presente de Deus, uma graça imerecida, tal como as crianças que são seres dependentes e recebem todas as coisas que elas necessitam de seus cuidadores.


Quando abrimos o nosso coração em humildade pra Deus e nos permitimos confiar nele, sem reservas, depender dele totalmente, ele faz grandes costuras em nós em relação àquilo que está sangrando dentro da nossa consciência. 


Relacionamentos em que houve a falta de cuidado adequado por partes dos pais; abusos físicos, sexuais, emocionais, espirituais; abandono; bullying, entre outras feridas emocionais, danificam a nossa capacidade de confiar, de ser receptivos e de depender de Deus. 


Todas essas feridas deixam uma raiz de medo e ódio muito forte, de modo que não confiamos no Senhor porque transferimos para ele o medo e o ressentimento que se originou do relacionamento com as pessoas.


Nesse dia de hoje, eu convido você a se colocar diante do Pai celestial e lhe perguntar de onde vêm as barreiras que lhe impedem de vê-lo como um pai bondoso e amoroso. Pergunte ao Senhor quais são as mentiras que você tem acreditado a respeito de você mesmo e de Deus e que tem lhe impedido de depender dele e de vê-lo como um pai que lhe recebe como um filho bendito e aceito. 


Muitas vezes, temos nutrido pensamentos negativos como: “eu não sou digno de ser amado”, “eu não tenho valor”, “eu não vou ser ninguém”, “eu não posso, eu não consigo”, “eu só tenho valor quando obtenho êxito”, etc. Frequentemente, nutrimos essas mentiras no nosso íntimo e nem temos percepção delas, porque se originam na mente inconsciente, mas elas moldam as nossas ações.


Caso o senhor lhe mostre uma lembrança muito triste, perdoe as pessoas envolvidas e que lhe ofenderam. Não espere até você sentir que tem que perdoar. O perdão é pela fé. O perdão não é pelo sentir. Pelo sentir, nunca perdoaremos. Pela fé, você declara perdão. Pela fé, você rasga a dívida emocional que tem com as pessoas. Pela fé, você libera a pessoa e depois você experimenta o alívio emocional do perdão que você declarou. O perdão é uma decisão.


O perdão também é um processo e a cada camada de ofensa perdoada somos mais livres: uma mesma pessoa pode precisar ser perdoada mais de uma vez por fatos diferentes. Ou um mesmo fato vai precisar ser trabalhado em diversas camadas de perdão, porque esse fato originou diversas consequências. 


Permita-se ser receptivo e confiar de novo, escutar do Senhor quais são as mentiras que você tem acreditado a respeito de si mesmo. Identificadas as mentiras, renuncie-as no nome e no sangue de Jesus. Pergunte ao Senhor qual a verdade que ele quer revelar a respeito do fato que tanto lhe feriu. Pergunte o que ele quer colocar no meio daquele vazio que ficou da ferida que foi perdoada.


Se você precisar, busque ajuda por meio de uma pessoa que possa fazer essa oração com você, mas não deixe de ser curado (Tg 5:16). O Senhor quer restaurar aquilo que foi perdido e se reconciliar com você num nível que você nunca imaginou e lhe amar de um jeito que você nunca percebeu. Ele quer lhe mostrar a profundidade do amor com o qual ele lhe ama.


Lembre-se: tudo aquilo que me separa do próximo me separa de Deus e ele quer remover todas as barreiras que ficaram dos relacionamentos para que você possa vê-lo como ele é de verdade.


Que essa reflexão seja um pontapé inicial para que coisas tremendas aconteçam na sua vida. Eu oro pra que você receba a cura que vem do Senhor; ele é fiel pra lhe restaurar.


Pablo Ferreira

Revisado por Elisa Hitomi

25.05.2025


[Leitura adicional: Sozo - Salvos, Curados, Libertos. Autoras: Dawna de Silva e Teresa Liebscher. Ed. Chara]


quinta-feira, 1 de maio de 2025

PERDÃO, ORAÇÃO E CRUCIFICAÇÃO





“Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito”. Romanos‬ ‭8‬:‭28‬ ‭ARA‬‬

Em uma oração, eu relembrei que uma das coisas mais importantes para o perdão, quando passamos por deslealdade, traição, abandono e abuso é levar a situação para a cruz, confessar que doeu muito, sentir aquela dor, ser sincero sobre a dor, visualizar o Cristo crucificado, ver que Ele nos amou e sofreu todas aquelas dores pra nos salvar. 

Pela fé e não por sentimentos, temos que confessar que a dor que sentimos é excruciante, mas que ela COOPERA para o caráter que Deus quer forjar em nós. Ele quer usar aquela dor pra que tenhamos mais discernimento como agentes do Reino. Ele nos usará naquela dor com a qual fomos atingidos, quer para acolher outros, quer para detectarmos pessoas de má índole, etc. 

Nenhuma experiência é desperdiçada por Deus e tudo é usado como matéria prima para a edificação do Corpo de Cristo, que é a igreja que Ele remiu. Devemos ter isso em consciência para liberar as pessoas que nos feriram e sair da cadeira de vítima. 

Pablo Ferreira

rugidodaverdade@blogspot.com