A vontade é a matéria prima da renovação da
mente. A transformação da mente é um processo que exige decisão da nossa parte.
Temos que decidir ou nada mudará; temos que nos deixar tratar pelo Espírito
Santo, tendo Cristo como alvo, aplicando as verdades da Palavra de Deus a fim
de sermos transformados de glória em glória, isto é, em um processo gradual (2
Co 3:18). Temos de decidir levar os pensamentos cativos à obediência de Cristo
(2 Co 10:5); decidir adotar como padrão para as nossas vidas os pensamentos
puros, honestos, de boa fama (Fp 4:8; Cl 3:1-2) e não viver como o vive o mundo
(Rm 12:2).
O texto de Êxodo 25, a título de
exemplo, também demonstra esta verdade, quando o Senhor ordenou aos filhos de
Israel que trouxessem ofertas voluntárias para a construção do Tabernáculo e de
seus utensílios, ofertas estas que viriam “de
todo homem cujo coração se mover voluntariamente” (v.2). O Senhor queria
que o povo voluntariamente se engajasse na tarefa de construção do Tabernáculo,
o qual seria um santuário, um lugar santo, separado, para Deus habitasse no
meio deles e que deveria ser feito não de qualquer jeito, mas da forma como Ele
ordenou (vv. 9-10).
A realidade do Novo Testamento lança
ainda mais luz sobre esta questão, mostrando que, pelo sacrifício de Cristo,
todos aqueles que foram remidos pelo sangue derramado no Calvário, foram feitos
filhos de Deus, recebendo o selo do Espírito Santo, o qual passa a habitar
pessoalmente em nós, dentro de nós e quer se mover através de nós para
manifestar toda a sua glória, verdade e graça, de modo que somos chamados de “templos do Espírito Santo”, “tabernáculos do Deus vivo” (1 Co 3:16; 1
Co 6:19; 2 Co 6:16).
E como “tabernáculos do Deus vivo”, tal como os israelitas foram
responsáveis pela construção do tabernáculo e de seus utensílios, somos
responsáveis, em cooperação com o Espírito Santo, pela construção e renovação
do nosso homem interior, pelo embelezamento do nosso caráter para cumprir os
propósitos que Deus estabeleceu para nós desde antes da fundação do mundo.
O tabernáculo de Deus exigiu dos
israelitas a utilização de ouro, prata, pedras preciosas, materiais finos,
corantes, os quais eram caros devido ao seu custoso processo de extração,
enfim, exigiu o que se tinha de mais sólido e precioso para a época em termos
de construção e embelezamento e, da mesma forma, exigirá de nós a melhor das
nossas motivações e disposições para agradar ao Senhor e, para isso, demandará
de nós a fé e a obediência para fazer conforme tudo o que Ele nos mostrar à luz
de sua Palavra, a qual se constitui no material mais precioso para a construção
de nosso tabernáculo, aliada a oração, ao arrependimento e a prática da
presença de Deus através dos meios de graça.
A arca da aliança, nos tempos do
Antigo testamento, era portadora da presença direta de Deus, coberta de ouro
puro; ela tinha quatro argolas de ouro em cada uma de suas extremidades e entre
as mesmas passavam os varais que eram utilizados para suspender e transportar a arca sem que a mesma fosse
tocada. Tocar na arca era tratar o trono de Deus como algo comum e,
portanto, desrespeitava a sua santidade (2 Sm 6:6) (cf. Bíblia de Estudo de Genebra. São Paulo: Cultura Cristã, 2009, p.
124). De forma semelhante, se realmente queremos crescer espiritualmente e
mortificar o pecado, renovando a nossa mente, não podemos levar a vida cristã
de qualquer jeito, tratando a santidade de Deus e sua graça como algo barato ou
sem valor, mas devemos desenvolver a nossa salvação com temor e tremor,
mantendo um coração grato, disposto e perseverante a aprender do Senhor e a se
submeter ao seu tratamento, ainda que duro.
[excerto retirado do texto
de minha autoria: UM NOVO IMAGINÁRIO, UMA NOVA MENTALIDADE: REFLEXÕES SOBRE OS
FUNDAMENTOS BÍBLICOS DA RENOVAÇÃO DA MENTE, a ser postado futuramente no blog
rugidodaverdade.blogspot.com]
Pablo Luiz
Rodrigues Ferreira
rugidodaverdade.blogspot.com
pablolrferreira@hotmail.com